“Vamos pedir a presença da Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho no Parlamento para nos explicar como é que estes funcionários estão em outsourcing e como vai garantir os seus postos de trabalho”, garante Catarina Martins, Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda.
Perante uma plateia composta por técnicos do serviço de radiologia da ULSAM, com os profissionais de saúde, do Bloco de Esquerda emergiram dois compromissos: pedir o caderno de encargos do concurso de concessão do serviço de radiologia da ULSAM e chamar a Administração vigente da unidade de saúde de Viana do Castelo, encabeçada por António Franklim Ribeiro Ramos, ao Parlamento.
Os deputados Catarina Martins e José Soeiro do Bloco de Esquerda ouviram, no café concerto do teatro municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, as preocupações dos técnicos de sáude cujos postos de trabalho estão em risco. A pouco mais de 20 dias do final do mês e da celebração do novo contrato de concessão os profissionais não têm garantias de manutenção dos postos de trabalho.
O deputado José Soeiro (BE) defende que o “estado devia ter feito a internalização do serviço de radiologia” e que a ausência desta decisão “constitui um desrespeito pela lei do trabalho”, sublinhando ainda que a empresa concessionária tem de manter os postos de trabalho e não deve decidir qualquer transição.
Neste momento, 9 trabalhadores do serviço de radiologia estão ao abrigo dos recibos verdes, com uma carga de trabalho de 200h e são pressionados para realizar horas extraodinárias.
Os técnicos em luta pela manutenção dos postos de trabalho garantem ainda que “90% dos doentes da ULSAM são para o serviço de radiologia”.
As condições laborais precárias e uma constante rotatividade dos trabalhadores preocupam os técnicos de saúde que não conseguem traçar planos para o futuro. “Desde 2007 até ao momento não nasce uma criança em Ponte de Lima”, garante um técnico dessa área unidade de saúde local.
No dia internacional da Mulher, a líder bloquista sublinha que “uma em cada quatro mulheres trabalha no Serviço Nacional de Saúde (SNS)” e que “80% dos técnicos de saúde são do sexo feminino”.
Com um salário base de 1200€, são muitos os técnicos com o título de licenciatura que levam para casa menos de 700€ e há ainda quem leve menos – cerca de 650€ – a fazer horas extraordinárias.