“Sem dúvida. A fortaleza sem gente, não é uma fortaleza. Não é aquilo que estávamos habituados a ver desde pequeninos. Há 70 anos que vejo a fortaleza sempre pulverizada de gente. Com milhares de pessoas lá dentro todos os dias, e aos fins de semana a quase não se caber lá dentro e a cortarmos o trânsito para as pessoas andarem à vontade. Estou ansioso por ver esses dias voltarem”, afirmou Manuel Lopes.
A centenária ponte Eiffel, que percorre os 400 metros que separam as duas cidades está atualmente encerrada devido à pandemia de covid-19.
A ponte nova, hoje o único ponto de atravessamento internacional entre o Alto Minho e Galiza a funcionar 24 horas, lidera o tráfego rodoviário diário entre os dois países com 15.741 veículos.
O autarca valenciano disse ver com “otimismo” a reabertura das fronteiras entre o distrito de Viana do Castelo e a Galiza.
“As pessoas estão ansiosas que a reabertura seja uma realidade. Para voltarmos a ter os mesmos dias de comércio, indústria e hotelaria como tínhamos antes. Estou convencido que isto vai para a frente porque a dinâmica é muito grande. As pessoas estão cheias de estar em casas, de terem os comércios, os cafés e restaurantes fechados e agora vai ter outra vida. Via ser começar de novo. mas com outra vida”, observou.
Manuel Lopes apelou “a que as pessoas sejam muito comedidas, muito responsáveis e continuem a cumprir as normas da Direção Geral da Saúde (DGS)”.
“Senão podemos ter o reverso da moeda e daqui a uns tempos podemos estar a voltar atrás o que seria muito ingrato para quem já esteve confinado este tempo todo”, reforçou.
Na segunda-feira, durante uma visita do primeiro-ministro aquela cidade, a propósito da inauguração da Lima do Minho e das obras de requalificação da principal escola do concelho, o presidente da Câmara de Valença, Manuel Lopes, insistiu junto de António Costa para a reabertura das fronteiras com a Galiza.
“Somos um concelho que recebia na Fortaleza cerca de dois milhões de visitantes, por ano, um concelho que tem a principal fronteira terrestre entre Portugal e Espanha, por onde circulam 25 mil veículos em média por dia. Senhor primeiro-ministro permita-me relembrar a necessidade urgente de revermos o encerramento da fronteira e que tanto prejuízo causa a Valença e ao país. Esta fronteira é nossa principal entrada e saída da Europa”, disse o autarca.
As fronteiras entre Portugal e Espanha estão fechadas desde janeiro devido à pandemia de covid-19, sendo apenas permitida a passagem, em 18 pontos autorizados, ao transporte internacional de mercadorias, trabalhadores transfronteiriços e de caráter sazonal devidamente documentados, veículos de emergência, socorro e serviço de urgência.
Atualmente, das oito passagens que ligam o distrito de Viana do Castelo à Galiza, o atravessamento da fronteira durante 24 horas apenas está autorizado na ponte nova de Valença. Há ainda pontos de passagem em Monção, Melgaço, no Lindoso e Ponte da Barca, que estão disponíveis nos dias úteis, das 07:00 às 09:00 e das 18:00 às 20:00