Em comunicado enviado às redações, a Águas do Alto Minho, que gere as redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento, explicou que com esta nomeação, a AdAM passa a ter um presidente executivo.
“O presidente não executivo da AdAM, Carlos Martins, informou o acionista maioritário da empresa, a AdP, da sua intenção de deixar de exercer o referido cargo. Na comunicação feita, Carlos Martins refere que estando reunidas as condições de normalidade de gestão da empresa, chegou a hora de repensar o modelo de governança e reforçar a gestão de proximidade com um presidente executivo”, explica a empresa.
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
Segundo a nota, ao “assumir as funções de presidente executivo da AdAM, João Neves irá reforçar a capacidade de gestão da empresa”.
“Licenciado em engenharia civil pela Faculdade de Engenharia do Porto, João Neves enquanto administrador da AdP conduziu o grupo de trabalho criado em janeiro de 2021 para reforço da resposta da AdAM à necessidade de operacionalização dos serviços comerciais e de melhoria da capacidade de atendimento ao cliente”, explica a empresa.
Já “Carlos Martins continuará a exercer as suas funções na AdP, designadamente no desenvolvimento dos projetos de integração de sistemas em baixa”.
A empresa foi constituída em 2019 e começou a operar em janeiro de 2020, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.
Em janeiro deste ano, a AdAM anunciou o início da regularização de consumos não faturados em 2020, na sequência de erros que afetaram 15 mil consumidores.
A constituição da empresa tem sido contestada por vários partidos e pela população, que se queixam do aumento “exponencial” das tarifas e do “mau” funcionamento dos serviços, reclamando a sua reversão e a devolução da gestão daquelas redes a cada um dos municípios.
Na nota enviada, a AdAM admite que “o primeiro ano de atividade foi marcado por duas situações que dificultaram o normal desempenho da empresa”.
Aquelas situações foram “decorrentes da complexidade de integração dos sistemas de faturação dos sete municípios e dos constrangimentos da pandemia covid-19, situação que levou ao fecho de lojas e a problemas no atendimento ao cliente”.
Em janeiro de 2021 “ficou concluída a instalação de um novo sistema de gestão comercial, o Aquamatrix, que veio permitir responder com total fiabilidade às necessidades de interação comercial com os clientes, a par de um conjunto de medidas para reforço e melhoria do atendimento aos seus clientes”.
Entre essas medidas, a AdAM aponta “a disponibilização de novas plataformas de comunicação de leituras, por telefone, no balcão digital AdAMnet ou pela aplicação myAQUA e o reforço da capacidade de atendimento telefónico e presencial nas oito lojas existentes nos municípios”.
Já “em meados de março a AdAM formalizou a adesão ao CIAB – Tribunal Arbitral de Consumo, visando criar um canal privilegiado para a resolução de situações de desacordo entre as partes, de forma rápida e eficaz, salvaguardando assim os interesses dos consumidores, garantindo total independência e transparência”.
A partir deste mês, “estará também operacional o reforço da rede de locais de pagamento de faturas de proximidade com mais 56 locais (lojas e postos dos CTT), distribuídos pelos sete municípios da área de atuação da AdAM”.
“A AdAM acaba de aprovar, em Assembleia Geral de Acionistas, o Relatório e Contas de 2020 e o Plano de Atividades e Orçamento para 2022, onde se destacam o conjunto de projetos destinados à expansão de redes de água e águas residuais, que representa cerca de 20 milhões de euros, e para redução de perdas de água, com um investimento de cerca de 13 milhões de euros, ambos beneficiando de financiamento no quadro do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR)”.