Eduardo Teixeira lembra Ministra da Coesão Territorial que “Portugal não é só Lisboa e Porto”

O social democrata abordou as assimetrias litoral/interior e referiu que “o nível das assimetrias regionais que Portugal apresenta não é próprio de um país desenvolvido mas sim de um país deprimido, face à triste realidade do envelhecimento acentuado das populações, no fraco dinamismo empresarial, na vulnerabilidade dos solos e florestas e na desertificação de vastas zonas rurais”. Para Eduardo Teixeira “falar de coesão territorial é falar do mundo rural e da nossa subsistência agrícola”.

Entre os vários pontos apresentados, o deputado pelo PSD lembrou que “num país onde o défice agroalimentar com o exterior é de 3,5 mil milhões de euros, a rutura social e ambiental que os territórios terão, se não apostar num setor agrícola e florestal forte, é um fator decisivo da soberania nacional”.

O deputado laranja acrescentou que “a aposta na agricultura nacional é, assim, primordial e fator de modernidade e sustentabilidade que permite também a atração de turismo de qualidade e o gerar de riqueza nacional e emprego descentralizado”.

Viana do Castelo com menor poder de compra

Na sua intervenção na Assembleia da República, Eduardo Teixeira disse que Viana do Castelo “é um concelho de litoral com caraterísticas de interioridade, desde logo ao ser a última capital de distrito com menor poder de compra de Portugal”. Segundo o mesmo, este facto deve-se “porque na ausência de políticas locais, de coesão territorial nas últimas décadas, se abandonou o setor primário como fonte de riqueza e se promoveu a desertificação rural”.

Nesse sentido e, no âmbito desta audição, o social democrata levantou várias questões que colocou à Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. Não esquecendo de aludir que “Portugal não é só Lisboa e Porto”, Eduardo Teixeira perguntou se, sendo a gastronomia uma fonte de riqueza e com um forte potencial turístico como se poderá valorizar sem produtos endógenos. Entre outras perguntas apresentadas, o deputado vianense questionou também se o Governo está ou não empenhado em apostar no regadio como elemento fundamental da coesão e quais as fontes de financiamento comunitário, dos diferentes regadios, que estão por construir e por recuperar.