À margem da apresentação do Plano Operacional Distrital no âmbito Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR)2021, que decorreu hoje, em Paredes de Coura, o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo, Miguel Alves, adiantou que o dispositivo previsto para o nível IV, que decorre entre 01 de julho e 30 de setembro, contará com 103 equipas, compostas por 475 operacionais das diferentes valências da proteção civil.
Entre elas, 17 equipas de combate (ECIN), oito equipas logísticas (ELAC), 25 recursos técnicos terrestres e 101 recursos humanos que vão atuar nos 162 mil hectares de floresta que se estendem pelos 2.250 quilómetros quadrados dos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, onde, de acordo com o Censos de 2011, residem 240.133 habitantes.
Em termos de meios aéreos a região volta a contar, pelo segundo ano consecutivo, apenas com um helicóptero de ataque inicial.
Desde 2010 e até 2019, o distrito de Viana do Castelo dispunha de dois helicópteros ligeiros, sediados no Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez.
Para Miguel Alves, entre os principais “receios” para este ano, está a existência de apenas um meio aéreo em permanência na região.
“É um tema que precisa de resolução rápida”, disse, admitindo ainda o “número reduzido de bombeiros” disponíveis no distrito de Viana do Castelo.
“Somos o 4.º distrito com mais ocorrências em todo o país e o 18.º em número de bombeiros. Isto quer dizer que o nosso distrito é aquele que apresenta, em todo o país, o maior número de ocorrências por bombeiro”, realçou.
Apontou ainda como outro “mau indício” e existência de “muito combustível no monte”.
“Nos últimos quatro anos tivemos menos área ardida do que em todo o ano de 2016, em que arderam mais de 30 mil hectares no distrito. Mais, de 2018 a 2020, não arderam mais de cinco mil hectares por ano. Ora, se não ardeu, pode arder agora. Há muito combustível no monte e já há um mau indício”, reforçou o socialista Miguel Alves.
O responsável, que é também presidente da Câmara de Caminha, adiantou que “no primeiro quadrimestre deste ano já houve mais área ardida que em todo o ano passado”.
Para Miguel Alves, outra “linha de preocupação, prende-se com o ano eleitoral”.
“De facto, a experiência dita que em ano de eleições autárquicas haja mais ocorrências. Não se compreende o porquê, mas é assim. Este é o caldo de realidade que preocupa a Comissão Distrital de Proteção Civil, mas que não assusta as instituições e os operacionais que estão empenhados em ajudar as populações e a dar o seu melhor”, sustentou.
De acordo com o DECIR hoje apresentado, a partir de e até 31 deste mês, a região dispões de 89 equipas e 419 operacionais, entre 01 e 30 de junho 96 equipas e 450 homens, e em outubro, entre os dias 01 e 15, o distrito de Viana do Castelo contará com 93 equipas compostas por 445 elementos.
Com uma área total de 222 mil hectares, o distrito de Viana do Castelo tem 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.
Segundo o autarca, o objetivo para este ano é “a manutenção permanente da segurança das forças e dos cidadãos e bens, a baixa área ardida e a redução do número de reacendimentos”.
As 12 corporações existentes na região integram 690 bombeiros, sendo que apenas 65 são profissionais e integram a corporação dos sapadores de Viana do Castelo.
Além da capital do Alto Minho, também Caminha possui duas corporações de bombeiros voluntários, uma situada na sede do concelho e a outra em Vila Praia de Âncora.
As 11 corporações de voluntários dispõem de um total de 662 elementos, dos quais 223 são funcionários das associações humanitárias detentoras dos corpos de bombeiros, o que representa 32% do efetivo.