Contactado a propósito da publicação, em Diário da República (DR), do edital das condições para a renovação das licenças de pesca no troço internacional do Rio Minho (TIRM) 2021-2022, o capitão Pedro Santos Jorge adiantou que a reunião está marcada para a próxima quarta-feira, às 10:00, no município de Vila Nova de Cerveira.
No documento constarão “as regras definidas para a utilização das artes, dos períodos de defeso, as espécies que podem ou não ser pescadas, como e em que quantidades e moldes”, disse.
As reuniões da Comissão Permanente Internacional do Rio Minho (CPIRM) realizam-se, alternadamente, em Portugal e Espanha.
Após a sua aprovação, o regulamento de pesca no troço internacional do rio Minho, fronteira natural entre o Alto Minho e a Galiza, será publicado em Diário da República.
Quanto ao regulamento que estabelece as regras de renovação das licenças de pesca no rio Minho, hoje publicado em DR, o também comandante da Polícia Marítima de Caminha explicou que a CPIRM decidiu manter os custos e as regras da concessão das licenças.
“Decidimos não alterar nada porque este ano, e em 2020, o país e o mundo foram afetados pela pandemia de covid-19, e foi decidido não alterar rigorosamente nada. Não subiram os valores, nem as condições. Ficou exatamente tudo na mesma, de maneira a não sobrecarregar a comunidade piscatória”, especificou.
O rio Minho nasce a uma altitude de 750 metros na serra de Meira, na Comunidade Autónoma da Galiza e percorre cerca de 340 quilómetros até desaguar no oceano Atlântico a sul da localidade de A Guarda e a Norte, em Caminha.
No Alto Minho, entre a torre da Lapela, em Monção, e o concelho vizinho de Melgaço, num percurso de cerca de 35 quilómetros, o rio concentra mais de 600 pesqueiras para a pesca da lampreia.
Na Galiza, estas “engenhosas armadilhas” da lampreia, do sável, da truta, do salmão ou da savelha são em menor número, estimando-se que, no total, “existirão mais de mil”.
Desde a foz do rio Minho, em Caminha, até Melgaço, o peixe vence mais de 60 quilómetros, numa viagem de luta contra a corrente que termina, para alguns exemplares, em “autênticas fortalezas” construídas a partir das margens, “armadas” com o botirão e a cabaceira, as “artes” permitidas para a captura das diferentes espécies.