“Nesta zona é recorrente o furto de animais. Nos últimos tempos muita gente se tem queixado do mesmo. Nas minhas duas explorações é a segunda vez. Em fevereiro, roubaram-me seis éguas de raça garrana e, no dia 01 de maio, 23 bovinos de raça cachena e outra égua garrana. Das duas vezes apresentei queixas no posto da GNR e até agora nada”, afirmou o produtor.
José Veloso, de 39 anos, queixou-se de “prejuízos avultados” no negócio que gere com a mulher e que “é o ganha-pão da família” que vive na freguesia de Ferreiros.
“Esta é a minha vida, a minha profissão, que é como outra qualquer, pago impostos e contribuo para a economia do país”, atirou.
Segundo as contas do criador, o prejuízo com “as seis éguas todas prenhas”, que lhe roubaram em fevereiro ronda os três mil euros”.
Já o furto do início do mês, é de mais de 10 mil euros”.
“O meu objetivo é que as autoridades investiguem porque isto é valor avultado. É inadmissível. Nesta zona, há muitas pessoas que, não neste momento, mas que já têm sido vítimas de furtos”, destacou.
Contactada pela Lusa, fonte do Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo confirmou as queixas contra desconhecidos e adiantou que “prosseguem as diligências de inquérito”.
O produtor “vai ter de repor o efetivo para não “perder uma candidatura que formalizou em abril para produção biológica”.
“Vou ter de voltar a comprar para repor o efetivo. As autoridades que façam algo como deve ser. Porque são bovinos, não são objetos”.
Típica do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), a carne de vaca Cachena tem Denominação de Origem Protegida desde 2002, sendo criada, de “forma extensiva, o mais natural possível, no Solar da Raça Cachena, em plena liberdade, em pastos de alta montanha”.
A vaca Cachena da Peneda é a mais pequena raça bovina portuguesa e uma das mais pequenas do mundo. O animal atinge uma altura máxima de 110 centímetros e sobrevive ao frio nas serras da Peneda, Soajo e Amarela, no Parque Nacional na Peneda-Gerês (Norte de Portugal).
Já o cavalo garrano é uma raça protegida devido ao risco de extinção, encontrando-se por isso muito poucos no meio selvagem ou na posse de criadores. Este animal tem membros e orelhas curtas e o perfil da cabeça é reto ou côncavo.
Tem a sua origem no Ibérico pré-histórico de pequena estatura que era característico das regiões montanhosas do norte da Península Ibérica, sendo considerado por vezes um pónei.
A raça garrana foi alvo, em 2011, de uma candidatura a Património Nacional, ainda a aguardar aprovação, num processo coordenado pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), que defende a necessidade de “preservação de recursos biológicos, valorização e divulgação da raça.