“A AD Sanjoanense vem por este meio mostrar a sua profunda indignação e repudio para com os acontecimentos no final do jogo com o São João de Ver. (…) A AD Sanjoanense, clube eclético e quase centenário, não pode de forma alguma pactuar com esta situação e apoia incondicionalmente o jogador George Matlou, pugnando pelo apuramento dos factos e penalização exemplar do referido juiz”, refere o comunicado do clube publicado no Facebook.
“No final da partida cheguei ao balneário e vi o nosso jogador George visivelmente alterado. Perguntei-lhe o que se passava e ele, em português, disse-me que tinha ido perguntar ao árbitro o porquê de ter sido expulso nos minutos finais do encontro, ao que este lhe respondeu: ‘no speak english’ [não falo inglês]. Vai lá para dentro, macaquinho do c…”, contou ao Jornal O JOGO, o delegado da AD Sanjoanense, Paulo Soares.
George Matlou, jogador sul-africano de 22 anos, foi expulso nos derradeiros instantes do encontro e assistiu ao resto da partida na bancada. Foi já depois do fim do jogo que terá questionado o árbitro da Associação de Futebol de Viana do Castelo, sobre a sua expulsão.
Na sua conta de Instagram, o jogador publicou uma mensagem indignada. “Que vergonha ouvir o árbitro chamar-me macaco. Sim, os meus pais são negros. Apoio todas as lutas contra o racismo. Somos todos iguais”.
O presidente do Conselho de Arbitragem de Viana do Castelo, Fernando Costa Lima, disse ao Jornal de Notícias que o árbitro Nélson Cunha contesta a versão dos acontecimentos apresentada pelo jogador, garantindo que não proferiu essas palavras. “A comandante da GNR é a única testemunha ocular. Ele não proferiu qualquer insulto racista e ficou perplexo por o jogador ter inventado essa história”, afirmou o dirigente depois de ter contactado com Nélson Cunha.
O Comando Territorial da GNR de Aveiro revelou ao jornal O JOGO que o caso dos alegados insultos racistas do árbitro Nelson Cunha para com o jogador George Matlou, da Sanjoanense, foram remetidos para o Ministério Público, que investigará o caso. “Não houve flagrante delito, tivemos conhecimento de que o jogador chegou perto dos elementos da Guarda e que se queixou de insultos racistas”, esclareceu o Major Rodrigues, das Relações Públicas do Comando de Aveiro.