João Gomes, natural da freguesia de Arcozelo, disse que a sua candidatura tem por objetivo a “eleição de um vereador para a Câmara Municipal” e elegeu como uma das prioridades a reversão da empresa Águas do Alto Minho (AdAM) e a devolução da gestão das redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento básico a cada um dos municípios que a integram.
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A constituição da empresa tem sido contestada por vários partidos e pela população, que se queixam do aumento “exponencial” das tarifas e do “mau” funcionamento dos serviços.
“Estamos fortemente empenhados que a população do concelho entenda o quanto é necessário a representação da CDU no executivo municipal”, sublinhou o militante comunista, que se estreou como candidato nas eleições autárquicas de 2013.
João Gomes quer “contribuir para alterar inércias em domínios importantes para o desenvolvimento harmonioso do concelho e impedir atropelos a requisitos legais no licenciamento de obras e a procedimentos aligeirados e facilitistas em alterações ao Plano Diretor Municipal (PDM)”.
“Trabalharemos para a efetiva concretização de um serviço municipal de transportes, fator determinante para reabilitação do comércio tradicional, para a urgente recuperação do edificado, salvaguarda do património, valorização das pessoas, dos seus usos e costumes”, apontou.
O candidato da CDU defende ainda a necessidade de “intensificação das ações, medidas e projetos de proteção dos valores ambientais e de promoção dos recursos ecológicos e naturais”.
“A poluição do rio Lima foi e será tema sempre levantado pela CDU nos órgãos municipais”, frisou, destacando ainda a defesa por “vínculos efetivos de trabalho, pela revitalização da agricultura familiar, da formação de quadros tecnicamente habilitados nas áreas da agricultura, entre outros projetos”.
A Câmara de Ponte de Lima está nas mãos do CDS-PP, desde o 25 de Abril.
Nas eleições autárquicas deste ano, haverá mudança de liderança municipal em Ponte de Lima, segundo concelho mais populoso do Alto Minho e que, até 2013, era a única Câmara Municipal do país detida pelo CDS-PP.
Naquela vila, que se intitula como a “mais antiga de Portugal”, Victor Mendes, sucessor de Daniel Campelo, termina 12 anos consecutivos como presidente da Câmara pelo CDS-PP.
Nas últimas autárquicas, o CDS-PP alcançou 52,11% dos votos e conquistou cinco mandatos. O Movimento Ponte de Lima Minha Terra (PLMT), liderado por Abel Batista, que já anunciou a recandidatura às próximas eleições, atingiu 23,66% dos votos e garantiu dois lugares no executivo municipal.
Segundo a lei, as eleições autárquicas decorrem entre setembro e outubro, mas ainda não têm data marcada.