Miguel Alves justificou a paragem do serviço por falta de funcionários, que a câmara mobilizou para “a distribuição de alimentos pelas escolas e para o transporte de pessoas para vacinação contra a covid-19”.
O autarca admitiu que “só no final do ano letivo [a câmara] estará em condições de avaliar se poderá retomar a travessia do rio Minho”.
Em comunicado enviado às redações, a autarquia explicou ter comunicado ao autarca da localidade galega a decisão de manter o ‘ferryboat’ parado”.
“A prioridade dada ao combate à pandemia e aos seus efeitos obrigou o município a mobilizar grande parte dos trabalhadores afetos ao ‘ferryboat’ para o transporte escolar, o transporte de pessoas para o centro de vacinação e a limpeza de viaturas e equipamentos, tarefas que a Câmara Municipal não quer colocar em risco e das quais, não abdica”, sustenta a nota.
“Não é de bom grado que abdicamos de fazer a travessia do ‘ferryboat’ num momento em que a economia está a abrir e os turistas começam a chegar ao concelho em grande número, mas o meu foco, o meu dever e a minha prioridade é combater a pandemia e encontrar soluções para que os nossos alunos possam ter acesso às refeições e para que as pessoas com dificuldades possam ser transportadas até ao centro de vacinação comunitária de Seixas. Não podendo ter as duas situações ativas, opto pela saúde dos meus munícipes”, destaca Miguel Alves, citado na nota.
Os cinco trabalhadores que operavam o ‘ferryboat’ prestam agora serviço noutras áreas de ação municipal e dividem-se pela distribuição de alimentos pelos diversos estabelecimentos de ensino e pelas famílias carenciadas, o transporte de jovens portadores de deficiências para as instituições sitas fora do concelho, o transporte de munícipes para o centro de vacinação, a vigilância no transporte escolar e a limpeza e desinfeção de viaturas”.
O ‘ferryboat’ Santa Rita de Cássia começou a cruzar o rio Minho em 1995.
Está parado desde janeiro, quando foi decretado pelo Governo o segundo confinamento geral devido à pandemia de covid-19 e que implicou o encerramento de fronteiras com Espanha, que reabriram em abril
Caminha é único concelho do vale do Minho que depende do transporte fluvial para garantir a ligação regular à Galiza. Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção e Melgaço dispõem de pontes internacionais.