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23 Jun 2021

Música, teatro e ‘design’ geram projeto de iluminação sustentável em Viana do Castelo

Pedro Xavier

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Um projeto de cooperação entre músicos, artistas, docentes, alunos de ‘design' de Viana do Castelo e uma empresa do Norte gerou o protótipo de um candeeiro sustentável, de produção "100% europeia", que vai ser publicamente apresentado em julho.

“Foi-nos proposto um projeto de investigação para a conceção de um novo produto de iluminação doméstica que tivesse uma relação muito forte com o ambiente, a natureza, a sustentabilidade, mas que também refletisse cultura”, disse o docente de ‘design’ da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), Ermanno Aparo.

O repto lançado em pleno período da pandemia de covid-19 por uma empresa de iluminação de Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, levou à “criação uma rede de entidades e parceiros das diferentes áreas que resultou no projeto Dryas”, criado no polo do IPVC do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) da Universidade de Lisboa.

Liderado pelos professores da ESTG e investigadores do CIAUD, Liliana Soares e Ermanno Aparo a conceção do produto contou ainda com a participação dos ex-alunos do IPVC, os ‘designers’ João Teixeira e Jorge Passos.

“A necessidade de produzir um produto elegante, inspirado na natureza ajudou a refletir acerca dos problemas ambientais e a recorrer a materiais como o aglomerado de cortiça, o latão e as lâmpadas de LED de baixo consumo”, explicou o docente.

O protótipo do conjunto composto por três candeeiros sustentáveis, feitos de cortiça e metal, está concluído e chega esta semana a Viana do Castelo.

Na sexta-feira, “vai ser gravado no Teatro Municipal Sá de Miranda um vídeo com ‘performances’ teatrais e musicais que será divulgado através das redes sociais no início de julho”.

A ideia de “um produto com estas características levou a equipa de projeto a procurar referências na arte, na cultura e, em particular, na música erudita”.

“O acompanhamento e a supervisão das docentes da Escola Profissional Artística do Alto Minho (ARTEAM), ajudaram a encontrar exemplos no período tardo-romântico e na obra de compositores como Claude Debussy, Gustav Holst, Antonín Dvorák e Ferenc Farkas. Simultaneamente, as peças musicais foram trabalhadas nas classes de música de câmara da ARTEAM, por jovens instrumentistas, respetivamente com um quinteto de sopros e um quarteto de cordas, sob orientação dos professores Sílvia Cancela e Jean Philippe Passos”, especificou.

Já os projetistas “recorreram a outras artes como a dança, a pintura, a arquitetura, a escultura e, em particular, com a literatura, complementando o trabalho com a música”.

“Todas as obras musicais provocaram uma reflexão que se concretizará num momento ‘performativo’ no palco do Teatro Municipal Sá de Miranda de Viana do Castelo registado pelo realizador Flávio Cruz. A ‘performance’ conta com a participação do quarteto de cordas e do quinteto de sopros da ARTEAM e a interpretação do ator e ex-docente da ESTG Joaquim Escaleira num cenário dominado pelos protótipos da futura linha de iluminação sustentável”.

O momento performativo “pretende demonstrar que o palco pode ser um lugar de experimentação como acontecia antigamente quando as cenografias eram produzidas pelos mesmos artífices locais que produziam o mobiliário doméstico”.

A empresa de iluminação Furnor de Vila Nova de Famalicão vai ser responsável pela produção do novo produto de iluminação que deverá chegar ao mercado em setembro ou outubro.

“Hoje a cultura vive uma crise tão forte que muitas realidades dos âmbitos da música, do teatro e de outras artes que vivem do contacto direto com o público colocam em risco a sua própria existência. Por outro lado, para o setor industrial, o impacto da covid-19 retirou a possibilidade concreta de analisar por perto as evoluções do mercado, apresentar, divulgar e promover produtos. É neste sentido que nasce o projeto Dryas. E a palavra-chave é a cooperação entre todos os setores”, observou.

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