“Solicitamos o aumento de 20 a 30% dos limites diários de captura, já a partir da próxima semana, nesta altura de grande procura, e o alargamento da atividade até ao final de novembro, porque é importante do ponto de vista económico e social”, afirmou à agência Lusa Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca (ANOP) do Cerco.
Segundo o dirigente, “há esse compromisso da parte do Governo”.
A organização recebeu “com satisfação” a abertura do Governo para aumentar até 30.000 toneladas já este ano as capturas da sardinha, na sequência do parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar.
“Para nós é uma constatação já com dois anos e finalmente vemos reconhecida a verdadeira situação do recurso no mar”, sublinhou.
Com o aumento das possibilidades de pesca, o setor pretende também “reaver os canais de abastecimento da indústria portuguesa” para escoar o pescado “com rendimentos aceitáveis”, num ano em que não há festejos dos Santos Populares por causa da pandemia de covid-19.
Ainda assim, o dirigente está “convencido que os portugueses vão consumir sardinha em casa e nos restaurantes”.
Apesar do aumento prometido das possibilidades da pesca da sardinha, os pescadores “não querem comprometer de maneira nenhuma a sua recuperação”, recordando que as medidas implementadas pelo setor desde há vários anos no âmbito do plano de gestão até 2022 “tiveram efeito ou ajudaram à recuperação”.
A captura de sardinha em Portugal poderá aumentar para até 30.000 toneladas já este ano, anunciou o ministro do Mar, após o parecer científico do Conselho Internacional para a Exploração do Mar.
“Estamos em condições de aumentar de 10.000 toneladas para perto das 30.000 toneladas em Portugal. As opções vão ainda ser acordadas com Espanha, uma vez que o manancial é comum”, anunciou, em conferência de imprensa, Ricardo Serrão Santos.
As capturas de sardinha em Portugal e Espanha não devem ultrapassar as 40.434 toneladas este ano, recomendou hoje o ICES.
“Quando o rendimento máximo sustentável foi alcançado, as capturas em 2021 poderão ser de, no máximo, 40.434 toneladas”, lê-se no parecer do ICES.
O diálogo com Espanha prossegue agora para definir as exatas possibilidades de pesca para os dois países.
De acordo com a secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, a negociação será entre as 27.000 e as 30.000 toneladas, uma vez que Portugal é responsável por 66,6% da quota de pesca da sardinha, enquanto Espanha fica com os restantes 33,3%.
A pesca da sardinha reabriu em 17 de maio, após quase sete meses de interdição, com um limite de 10.000 toneladas até julho.
A revisão hoje apresentada pelo ICES surge em resposta a um pedido, realizado em fevereiro, pelos governos de Portugal e Espanha.