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17 Jun 2021

Rui Fernandes: “Nunca pensamos que a AF de Viana do Castelo fosse uma ditadura deste calibre”

Rádio Geice

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Rui Fernandes, candidato às eleições da Associação de Futebol de Viana do Castelo, marcadas para esta sexta-feira, que a Mesa da Assembleia-Geral não admitiu alegando questões relacionadas com documentação em falta, promoveu uma conferencia de imprensa, onde explicou todo o processo.

O ex-arbitro culpa Rui Purificação, presidente da MAG da AFVC de causar todo este “imbróglio”, e garante que não vai para tribunal, pois entende que “os Clubes é que tem que decidir o futuro da sua Associação”.

“Toda a situação chega a roçar o surrealismo. Já suspeitávamos que a democracia era escassa, mas nunca pensamos que a AFVC fosse uma ditadura deste calibre”, lê-se no comunicado distribuído aos jornalistas.

Rui Fernandes explicou que, “o presidente da Assembleia Geral, Rui da Purificação, por telefone, informa-me que iria analisar todas as candidaturas e, caso fosse necessária alguma correção, disse que iria dar tempo para corrigir.

No sábado, dia 12 de junho, somos informados de que a nossa lista não foi aceite porque na listagem dos candidatos aos diferentes órgãos não especificamos o cargo a que se candidatavam e porque, nas subscrições dos clubes, faltavam as assinaturas de mais dois representantes legais. Estes dois aspectos, gravíssimos na opinião da Mesa da Assembleia-Geral, não permitiram aceitar a nossa lista”, explicou.

“Imediatamente, contactei o presidente da Mesa que me disse para submeter um requerimento a solicitar um prazo para a correção dos elementos em falta. Submetemos esse requerimento no mesmo dia e começamos imediatamente a recolher os documentos em falta para entregar na segunda-feira seguinte na AFVC.

Surpreendentemente, recebemos uma deliberação da Mesa da Assembleia-Geral a informar-nos que, espantem-se!, não tinha competência para nos dar prazo nenhum para correcção do que quer que fosse. E que, portanto, uma lista rejeitada uma vez, é rejeitada para sempre porque não há prazo para corrigir nada”.

As eleições, que vão eleger os corpos gerentes da Associação de Futebol de Viana do Castelo para o triénio 2021/2024, estão marcadas para esta sexta-feira, dia 18 de junho no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), em Viana do Castelo, entre as 21h00 e as 23h00.

COMUNICADO: 

“Por uma AFVC dinâmica e moderna, rumo ao centenário” 

A nossa candidatura assume o lema “Uma associação dinâmica e moderna, a caminho do centenário” com o objetivo essencial de aproximação de  todos, numa associação de todos. 

No início deste projeto, tivemos o cuidado de encontrar candidatos aos  órgãos sociais oriundos dos dez concelhos do nosso distrito, para que todas  as localidades se sentissem próximas e parte integrante da Associação de  Futebol de Viana do Castelo. 

O projeto que foi apresentado pelo distrito aos clubes, bem como às autarquias, assenta em variadíssimas propostas de aproximação e descentralização, onde todos possam respirar mais e melhor futebol. 

Durante todas as apresentações, fomos elogiados por todos os clubes sem  exceção. Quando percebemos que a apresentação de uma lista à AFVC  pressupõe a subscrição de uma percentagem de clubes ficamos perplexos  e sentimos que os dirigentes não se sentiram confortáveis com essa  situação porque poderiam sofrer represálias por subscrever uma lista  totalmente independente.  

Este foi o primeiro momento em que percebemos que este caminho não ia  ser fácil. Quando os dirigentes vivem com medo de represálias e de  expressar livremente a sua opinião dentro de uma associação que os  representa, pergunto qual é o estado da democracia interna desta  associação? 

Nesta fase, notou-se claramente, por parte dos dirigentes, um  desconhecimento das suas obrigações perante a AFVC num processo  eleitoral e muitos diziam desconhecer até a existência de eleições. Na nossa  opinião, os dirigentes têm urgentemente de repensar a forma de estar na  sua associação. Têm de ser mais activos e interventivos para o crescimento  da mesma. Têm de discutir alterações aos estatutos, para que não  aconteçam omissões e decisões como foram cometidas nos últimos tempos  por parte da Mesa da Assembleia Geral, que, como se viu, num dia diz uma  coisa e no outro diz o seu contrário, sem que nada nem ninguém lhe faça  frente. 

São os clubes que devem intimar a Mesa a prestar esclarecimentos sobre  tudo o que tem acontecido e, se necessário for, imputar-lhe  responsabilidades. 

Em julho de 2020, quando estávamos a 5 meses das eleições de Dezembro  de 2020, a nossa lista solicitou esclarecimentos à Assembleia Geral da  Associação de Futebol de Viana do Castelo relativamente ao processo  eleitoral. A resposta que obtivemos é que não receberíamos qualquer  informação por parte da Assembleia Geral. 

Preparamos o processo seguindo as regras que os estatutos preveem e, em  Novembro de 2020, a Assembleia Geral toma uma decisão que prejudicou  o futebol distrital e, muito mais grave, contra a vontade expressa dos clubes  que não queriam o adiamento das eleições.  

Pergunto o que aconteceu à Mesa da AG por tomar uma decisão leviana e  à revelia da vontade de quem a elegeu? Nada.  

Mais uma vez os clubes baixaram a cabeça e aceitaram. Relembro que nesta  altura, nós vínhamos de um período de três meses de trabalho, a percorrer  o distrito e a apresentar o nosso projecto aos clubes. Estávamos preparados  para ir a eleições em Dezembro e disputar democraticamente a vontade  dos clubes. Mas mais uma vez, fomos desrespeitados deliberadamente.  

A decisão do adiamento das eleições para uma data incerta, certamente  nos apanharia desprevenidos ou até mesmo, quem sabe, nem nos  aperceberíamos de que estavam marcadas.  

Com meses de incerteza pela frente, quisemos que o nosso grupo de  trabalho não caísse no vazio e fomos trabalhando neste primeiro semestre  em várias reuniões via zoom para consolidar o nosso projecto. Trabalhamos  todos com muito empenho, para no início da próxima época estarmos  preparados para concretizar o que nos comprometemos, se assim fosse a  vontade dos clubes.  

No dia 4 de junho, os clubes são notificados, às 23 horas de uma sexta-feira,  curiosamente ponte do feriado de Corpo de Deus, em que muitas pessoas  aproveitavam o fim de semana prolongado, com a convocatória das  eleições que estipulava que as candidaturas teriam ser apresentadas em  dois dias úteis. É no mínimo curiosa, mais uma vez, esta actuação por parte  da Mesa da Assembleia Geral.

Tivemos que recolher toda a documentação em contrarrelógio e sentimos  claramente que esta convocatória em cima do joelho foi para apanhar  (alguns) candidatos desprevenidos. Recordamos que cada lista tem de ter  59 elementos aos quais são pedidos vários documentos, como o registo  criminal que tem um prazo de validade. Nós já tínhamos essa  documentação reunida, em dezembro de 2020. E agora tivemos que a  reunir novamente, em dois dias. Mas, nas 48 horas seguintes entregamos  toda a documentação nos serviços da AFVC. Entregamos um dossier com  276 documentos.  

O presidente da Assembleia Geral, Rui da Purificação, por telefone, informa-me que iria analisar todas as candidaturas e, caso fosse necessária  alguma correção, disse que iria dar tempo para corrigir. 

No sábado, dia 12 de junho, somos informados de que a nossa lista não foi  aceite porque na listagem dos candidatos aos diferentes órgãos não  especificamos o cargo a que se candidatavam e porque, nas subscrições dos  clubes, faltavam as assinaturas de mais dois representantes legais. Estes  dois aspectos, gravíssimos na opinião da Mesa da Assembleia-Geral, não  permitiram aceitar a nossa lista.  

Imediatamente, contactei o presidente da Mesa que me disse para  submeter um requerimento a solicitar um prazo para a correção dos  elementos em falta. Submetemos esse requerimento no mesmo dia e  começamos imediatamente a recolher os documentos em falta para  entregar na segunda-feira seguinte na AFVC.  

Surpreendentemente, recebemos uma deliberação da Mesa da  Assembleia-Geral a informar-nos que, espantem-se!, não tinha competência para nos dar prazo nenhum para correcção do que quer que  fosse. E que, portanto, uma lista rejeitada uma vez, é rejeitada para sempre  porque não há prazo para corrigir nada.  

Esta situação chega a roçar o surrealismo. Recordamos que neste ano civil  houve várias eleições para associações de futebol pelo país e todas elas  necessitaram de efetuar correções e puderam fazê-las. Mas em Viana do  Castelo, não. Somos diferentes do resto do país. Já suspeitávamos que a  democracia era escassa, mas nunca pensamos que a AFVC fosse uma  ditadura deste calibre. 

A Mesa da Assembleia Geral está a ser liderada por um senhor que diz,  inclusivamente à comunicação social, que será dado um prazo, e assina  deliberações a atestar o seu contrário com a maior desfaçatez.  

Em Viana do Castelo, o presidente da Mesa da Assembleia Geral da AFVC  não tem competência para conceder prazos de regularização de  candidaturas. Então tem competência para quê, afinal? Só tem  competência para rejeitar uma lista porque sabe que essa lista vai ser  vencedora? Não tenhamos dúvidas de que esta postura tem como único  objectivo não nos deixar ir a eleições porque sabem que iríamos ganhar.  Sabem que o nosso projecto não tem rabos de palha, não está  comprometido com ninguém nem com nada, não fez promessas vãs, não  desbaratou os nossos valores nem os princípios que deveriam reger  qualquer associação.  

Como se isto não fosse o bastante, surgem-nos muitas dúvidas sobre a  equidade com que todo este processo está a ser gerido entre as três listas.  Não há transparência em nada do que sai desta AFVC e neste acto eleitoral, que pela primeira vez tem mais do que uma lista, não se cuidou de disfarçar  o espírito tacanho, déspota e obscuro que tem existido há demasiados  anos.  

Não terminamos este processo, vamos continuar atentos ao que se passa  na Associação de Futebol de todos nós. Entramos neste projecto desportivo  com valores e comportamentos éticos e, apesar de todos os juristas que  nos acompanham serem unânimes em afirmar que toda esta tramitação é  ilegal e a lei está do nosso lado, não queremos que os tribunais decidam  estas situações. Mas apelamos a que os clubes, de uma vez por todas,  assumam mais a vossa associação. Não continuem acomodados ao  marasmo que há demasiado tempo grassa no nosso futebol distrital.  Acordem!  

Ao longo de quase dois anos, dei o melhor de mim porque acredito neste  projecto e nas pessoas que escolhi para me acompanharem. Sei que nós  iríamos mudar a AFVC e dar-lhe o dinamismo e modernidade que há muito  tarda. Disputamos este jogo seguindo as regras, não fizemos rasteiras aos  adversários porque acreditamos nas vitórias limpas.

Aproveito para agradecer às 58 pessoas que juntamente comigo ajudaram  crescer este projecto, a todos os dirigentes que subscreveram na nossa lista  e acreditam neste projecto que seria único para o crescimento do futebol  distrital. 

Continuamos a ser apaixonados pelo futebol.

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