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Nacional

25 Jun 2021

Sites do SNS enviam dados dos cidadãos para exploração comercial da Google

Pedro Xavier

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Os principais endereços do Sistema Nacional de Saúde (SNS) têm disponibilizado dados dos cidadãos para exploração comercial da Google e de outras marcas ligadas à publicidade, noticia o jornal Expresso.

Segundo o jornal, além de dados de tráfego, como os que são recolhidos pelo serviço Google Analytics, os endereços SNS24.pt e SNS.gov.pt “recolhem dados para campanhas publicitárias através do serviço Doubleclick”.

O Expresso concluiu, com recurso a algumas ferramentas de monitorização de tráfego, que a recolha de dados “também contempla áreas que o SNS.gov.pt disponibiliza para utentes, agendamento de vacinas covid-19 e solicitação de medicamentos para o VIH”.

Questionados pelo jornal, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) garantem que os dados servem apenas para tratamento estatístico e são anonimizados e que “não há partilha de dados pessoais com a Google ou com qualquer outra entidade externa”, mas confirmam que procederam a alterações.

“Na sequência das perguntas formuladas, decidimos suspender a utilização da ferramenta Google Analytics”, escrevem os SPMS, numa resposta citada pelo Expresso.

O jornal escreve ainda que “a anonimização dos dados impede que o nome do internauta seja revelado, mas não que as empresas de publicidade criem perfis do utilizador mediante localizações, temáticas preferidas, ‘sites’ visitados, compras efetuadas ou endereços IP armazenados pelo histórico de navegação na internet”.

Segundo o Expresso, os ‘sites’ SNS24.pt e o SNS.gov.pt não são os únicos a partilhar dados, uma vez que os ‘sites’ da Assembleia da República, SIRP, GNR e PSP, Ivaucher.pt e Autenticação.gov.pt “também permitem exploração comercial de dados de navegação dos cidadãos”.

A Google é a marca com maior presença nos serviços que recolhem dados de navegação dos sites do Estado, mas nas ferramentas especializadas é possível encontrar referências ao Facebook ou à Amplitude.com, acrescenta o jornal.

A Lusa questionou a Comissão Nacional de Proteção de dados relativamente a esta matéria e aguarda resposta.

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