“Vamos voltar a levar esta questão à Assembleia da República. Teremos que solicitar a presença, no parlamento, da secretária de Estado da habitação e da presidente do conselho diretivo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) para compreendermos de que forma está a ser feita a requalificação do parque edificado propriedade do instituto”, afirmou Maria Manuel Rola
A deputada do BE que visitou, na sexta-feira, as habitações daquele bairro social, na margem esquerda do rio Lima, disse “ter constatado os problemas que os moradores têm relatado”.
“Existe uma intervenção na fachada, nas janelas, numa tentativa de pendor de eficiência energética, mas o que é verdade é que no interior das habitações, principalmente na parte dos quartos, o problema da entrada de água não foi resolvido e continuam as infiltrações e humidade que não são passíveis de habitabilidade. Tanto mais que se diz que o bairro começa a estar reabilitado. Não é verdade”, referiu.
Segundo Maria Manuel Rola, “neste momento, as partes comuns estão sem luz, as paredes têm humidade e também fissuras bastante grandes”, problemas que disse estarem “longe de estar resolvidos”.
No início do mês, a secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, e a presidente do Conselho Diretivo do IRHU visitaram as intervenções em curso no bairro social em Darque, que integra um conjunto de operações de reabilitação de envolventes e dos bairros sociais do PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Viana do Castelo.
Na altura, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, o socialista José Maria Costa adiantou que, “atualmente, o município e o IHRU estão a requalificar três bairros sociais do concelho, num investimento de 3,6 milhões de euros, tanto ao nível do edificado como dos espaços exteriores”.
Já a deputada do Bloco de Esquerda aconselhou hoje o IRHU “a dirigir-se ao interior das habitações para perceber os problemas que, de facto, existem que vão muito além da fachada reabilitada no início do mês”.
Maria Manuel Rola disse estar “muito preocupada” com o facto de o IRHU “não ter capacidade nem de monitorização nem de fiscalização das intervenções que estão a decorrer no seu parque habitacional”.
“Preocupa-nos também de que forma é que os dinheiros que vem da denominada bazuca vão ser aplicados na habitação. É extremamente importante. Agora é preciso um acompanhamento eficaz. Temos um problema gravíssimo a nível habitacional. Não se compreende que o Governo entenda que vai conseguir fazer reabilitação e construção do parque habitacional público com um IHRU inoperante e que não consegue garantir fiscalização concreta, no terreno”, sublinhou.
Já em janeiro de 2019, a deputada BE visitou o bairro, alertando na altura para a “urgência”, de obras nas habitações que “prometidas há 20 anos e consecutivamente adiadas”.
Na altura, a responsável explicou que a visita foi feita “a pedido dos moradores” e permitiu “aferir” que as “condições de habitabilidade são indignas”.