Manuela Pereira “está confiante de que a aposta feita em contraciclo vem dar resposta a uma lacuna no turismo náutico a operar a partir de Viana do Castelo para o Norte de Portugal e a Galiza”.
“Com o fim da pandemia este vai ser um setor emergente e era uma oferta que não existia em Viana do Castelo. O nosso conceito vem colmatar uma lacuna muito grande na capital do Alto Minho”, referiu a gerente.
O primeiro veleiro está na marina de Viana do Castelo desde a noite de quarta-feira e vai começar a operar a partir de meados de junho, para viagens que podem durar entre três, cinco ou sete dias, criando três postos de trabalho.
“Nesta altura já temos cerca 150 pedidos para passeios de três dias às ilhas Cíes, na ria de Vigo, na Galiza”, apontou.
As viagens de sete dias, incluem passeio às ilhas Cíes e ao rio Douro, no Porto, com viagem de comboio desde a estação de Ferradosa e depois num segundo barco mais pequeno, até à foz do rio Sabor, para dar a conhecer o Douro profundo”.
Um produto turístico que a empresa “está a divulgar junto dos mercados inglês, belga, norte-americano e brasileiro”.
“O valor das viagens pode oscilar entre os 300 e os dez mil euros porque depende da experiência que cada turista queira viver. São viagens exclusivas, personalizadas e únicas com um ‘skipper’ [capitão], um mordomo e um guia turístico a bordo. Todos os produtos servidos tem origem na região, promovendo a gastronomia local”, especificou.
O programa “de visitação preparado pelo guia turístico levará os velejadores numa ‘limusine’ a conhecer os locais que desejarem”.
Ao investimento inicial de 200 mil euros, com a aquisição do primeiro veleiro, em 2022, aquele montante ultrapassará os 350 mil euros com a compra de mais uma embarcação, “maior ou adaptada às condições do rio Lima”.
“O facto de esta embarcação ter vela já não permite passar a ponte Eiffel. O segundo barco será para trabalhar com parceiros locais das áreas do mergulho, passeios a cavalo, bicicletas ou jantares a bordo”, explicou Manuela Pereira.
“Já contactamos com hotéis, casas turismo rural e outros operadores e temos tido um ‘feed-back’ muito positivo porque era algo que não existia porque Viana do Castelo tem as suas limitações. Não tem um rio Douro, nem um rio Tejo. O negócio teve de ser criado em função dessas limitações”, acrescentou.
A escolha da Viana do Castelo para o investimento no turismo náutico prende-se com a “paixão” da família de Manuela à capital do Alto Minho, apesar de Braga ser a terra natal.
“Temos casa em Viana. Há mais de 20 anos que passamos férias em Viana. A minha filha veio tirar a licenciatura em Turismo no Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC). Viana acabou por ser uma escolha natural”, disse.
Professora, Manuela está a desenvolver o projeto turístico para a filha de 19 anos, que “sempre sonhou em desenvolver a sua atividade profissional na área do turismo”.
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