“Um plano nacional é algo ambicioso, mas não deixa de ser um plano, um documento que não é extensivamente vinculativo. A regulação é o que dá, de verdade, segurança aos investidores”, defendeu a diretora para a Ibéria de eólicas ‘offshore’ (no mar) da TotalEnergies, Alexandra de Marichalar.
Esta opinião foi manifestada por vários representantes de empresas que investem em energias renováveis que participaram hoje na conferência “Energia Renovável Offshore Abre Novos Horizontes”, promovida pela Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Alexandra de Marichalar disse que Portugal é um dos mercados emergentes que a TotalEnergies está a avaliar, mas falta um “quadro regulatório claro e estável”.
“Um investidor não pode ir para um país só com um plano nacional, tem de ir com as leis”, acrescentou a responsável.
Já Alexandre Kisslinger, da Acciona Energia, sublinhou que falta em Portugal o “desenho das infraestruturas necessárias” para o desenvolvimento das renováveis, nomeadamente da eólica ‘offshore’, bem como um “calendário e objetivos” bem definidos.
“Se fizermos isso a tempo, estamos perfeitamente a tempo de conseguir um mercado atrativo para investidores”, sublinhou o responsável da Acciona.
Por seu turno, o diretor de eólica ‘offshore’ da BAYWA, Ricardo Rocha, considerou que a indústria “já tem maturidade suficiente para ser comercial”, reconhecendo, porém, que talvez o plano marítimo nacional necessite de “um pouco mais de ambição em termos de capacidade”.
No painel “Energias renováveis ‘offshore’ que melhoram a balança comercial, aumentam o emprego, descarbonizam e promovem avanços tecnológicos”, moderado pelo presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Pedro Amaral Jorge, participaram também representantes da Southern Europe Ocean Winds (EDP/ENGIE), da Corpower e da Vestas Portugal.