Através de um Protocolo de Proteção/Conservação do Património Cultural – Valorizar o Património Cultural, a Câmara Municipal de Viana do Castelo apoia a obra, que obteve também financiamento do Norte 2020, no âmbito da conservação das áreas costeiras. O projeto, da autoria da Paróquia de Nossa Senhora de Monserrate, conta com apoio e acompanhamento do Município e da Direção Geral de Cultura do Norte.
O Presidente da Câmara Municipal, José Maria Costa, destacou “o enorme valor da componente religiosa e o valor patrimonial e arquitetónico que todos temos obrigação de valorizar”. O edil referiu que a ala agora intervencionada “está numa situação bastante crítica”, pelo que esta reabilitação é imperativa.
Também o pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Monserrate, Vasco Gonçalves, indicou que este é um trabalho “para o bem da cultura, da história, da fé e da devoção do povo de Viana do Castelo a São Bartolomeu”.
O administrador diocesano, Sebastião Ferreira, declarou que a construção desde Centro Interpretativo é uma “homenagem muito grande a este grande Santo e a Nossa Senhora do Rosário”.
Já Carla Cruz, em representação da diretora da Direção Geral de Cultura do Norte, indicou que este “é mais um projeto dos muitos que serão necessários para ter um imóvel desta dimensão e importância devidamente conservado.”
Através de protocolo recentemente firmado, a autarquia concedeu um apoio financeiro de 90 mil euros à Fábrica da Igreja de Nossa Senhora de Monserrate “para obras de conservação de retábulos, requalificação e adaptação de espaços e projeto museológico com equipamentos necessários do Centro de Interpretação S. Bartolomeu dos Mártires”.
Recorde-se que São Bartolomeu dos Mártires distinguiu-se pela sua relevante intervenção no Concílio de Trento e ficou conhecido pelo cariz reivindicativo e simples. A 23 de fevereiro de 1582 renunciou ao arcebispado e recolheu-se ao convento dominicano da Santa Cruz, também conhecido por Igreja de São Domingos, em Viana do Castelo, nascido por seu empenho em 1561 para favorecer os estudos eclesiásticos e a pregação.
Morreu nesse convento a 16 de julho de 1590, reconhecido e aclamado pelo povo como o “Arcebispo Santo”, pai dos pobres e dos enfermos. O seu túmulo, situado no altar da Igreja de S. Domingos, é, por isso, ainda hoje venerado.
Foi declarado venerável por Gregório XVI em 23 de março de 1845. O Papa João Paulo II reconheceu em 7 de julho de 2001 o milagre proposto para a sua beatificação, celebrada a 4 de novembro desse ano: dia litúrgico de S. Carlos Borromeu, com quem trabalhou arduamente na prossecução dos objetivos do Concilio de Trento. A Igreja evoca-o a 18 de julho.
A 6 de julho de 2019 foi feito o anúncio da canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires. A 10 de novembro desse mesmo ano o Papa Francisco assinalou no Vaticano a canonização de frei Bartolomeu dos Mártires, que apresentou como “grande evangelizador e pastor”.