A Ribeira de Viana do Castelo é o coração da Festa de Nossa Senhora d’Agonia, ícone de devoção e consolo, cor e alegria, vivida com entusiasmo no marear da procissão. As representações de um mar de fé inundam as ruas, o cais, os barcos e todos se reúnem, para a passagem da procissão.
A estilista e designer vianense Isabel Lima, mergulha nos segredos do mar, um mar que está ligado ao sentimento de património, identidade e sonho, e namora a história das Gentes da Ribeira de Viana do Castelo, protagonistas do brio transcendente a olhar o Santo Frei Bartolomeu dos Mártires, para um desfile que ecoa a uma mística de cultura, fé e devoção, num espaço conventual.
Mais do que mostrar roupa, a estilista coloca a moda ao serviço da história local.
Arriscando uma rotura com o lugar comum da moda, desenvolveu roupas como referencial de arte, que vai apresentar num apoteótico desfile não convencional, nos famosos claustros do Convento de São Domingos, património da Diocese de Viana do Castelo.
A estilista, olhando o assombro e imponência do Convento, junta a glória da arte crista no sentido histórico artístico, expressa na arquitetura, na escultura e nas capelas radiantes do Convento, onde se guardam relíquias e repousam os restos mortais de Frei Bartolomeu dos Mártires.
Partindo de uma análise ao caráter artístico do Convento de Santa Cruz ou Convento de São Domingos e da vida das Gentes da Comunidade Urbana da Ribeira de Viana do Castelo, nas variadas formas de representação artística, e nas direcionadas para os mistérios sagrados, preceitos virtuosos de aplicação prática de um imaginário poético, inseridos num contexto de rituais em relação a fé, delineou a plástica da imagem da 8ª edição Viana Está na Moda – Relíquias Marítimas, evocando as grandes manifestações do espírito.
Este encontro da moda com fé e com a arte tem o propósito de criar momentos de história numa cumplicidade invulgar e sublimação da realidade, baseada nos detalhes associados a sonhos e identidade, num estilo de linhas graciosas, e tecidos caraterizados.
Não sendo possível conceber um convento sem relíquias e pecas de grande valor estético e histórico, e não podendo retirar a arte do seu contexto, a estilista Isabel Lima intervém nas origens, e dedica a ação e o compromisso social da intervenção, criando laços e diálogos de identidade, entre arte e moda. desfilando roupas com apuro metodológico e técnico, numa narrativa entre Fé e Moda.
A abordagem, em questão, carrega valores estéticos, simbólicos e patrimoniais, com o objetivo de potenciando o espírito critico e discussões profícuas no mundo cultural, atraindo a atenção de artistas, historiadores, designers, investigadores, especialistas, e eclesiásticos.
Com um casamento entre o simbólico e moda, como essência do mundo espiritual, a estilista referencia como leitura estética; conceito, arte e criação, buscando sustento na cultura, como processo complexo de valores, baseados em códigos, homenageia as Gentes da Ribeira de Viana do Castelo.
Como a cultura não pode parar, e as raízes culturais rogam as sendas do progresso, a estilista oferece à sociedade um evento cultural, numa linguagem impressionista de veneração dos valores espirituais.
Isabel Lima, é autora de intervenções, desfiles, mostras, exposições, comemorações, homenagens, participações na Diáspora Portuguesa e tem em curso o projeto Noivos 100% Alto Minho.