Durante uma ação de campanha eleitoral no bairro dos pescadores, na Praia Norte, Cláudia Marinho disse que “os bairros sociais não podem ser ‘guetos’ e que estes espaços descentralizados de atendimento especializado a criar permitirão uma integração efetiva das pessoas”.
A candidata da CDU propôs “promover o desenvolvimento socioeducativo em todos os bairros sociais existentes no concelho, através de postos de atendimento dotados de técnicos sociais, psicólogos, entre outros profissionais”.
“Técnicos que ajudem a resolver problemas do bairro e da sua envolvente, mas também os problemas da vida das pessoas. Esta medida só será eficaz se os espaços de atendimento funcionarem de forma permanente”, acrescentou.
Licenciada em Educação Social e especialista em Educação e Promoção da saúde, e atual vereadora comunista no executivo de maioria socialista, Cláudia Marinho defendeu que aquelas estruturas devem também promover a animação cultural e social dos bairros sociais.
“O que propomos é um espaço onde a pessoa seja ouvida para tentar aferir qual o problema que a afeta, tratar ou encaminhar para outro serviço. Muitos vezes o importante é alguém que oiça estas pessoas, que tenha disponibilidade para escutar. Por vezes as pessoas não têm ninguém que as oiça”, reforçou.
Cláudia Marinho trabalha numa instituição particular de solidariedade social do concelho, onde exerce funções de coordenação de uma equipa de rua, na área da redução de riscos e minimização de danos, com população consumidora de substâncias psicoativas.
“Cuidamos dos bairros na periferia e esquecemo-nos, muitas vezes, destes bairros que têm de ser trabalhadores, tem ter espaços verdes, parques infantis, campos de futebol, basquetebol, de ‘skate’ para que as pessoas possam usufruir”, apontou.
A candidata da CDU, de 47 anos, propôs ainda um novo modelo de bairro social porque o atual não se ajusta à realidade do século XXI.
“Faz sentido as pessoas estarem integradas na comunidade para criarem novos hábitos, outros laços familiares e de amizade. Isto é que é inclusão e solidariedade social”, referiu.
Cláudia Marinho criticou ainda o afastamento, cada vez maior dos serviços de proximidade dos bairros sociais”.
“As pessoas acabam por não ter modelos de integração com o afastamento dos serviços de proximidade. Era importante que existissem creches, que se promovessem atividades de animação cultural que acabariam por levar outras pessoas ao bairro. A população acaba por ser afastada e, muitas vezes, empurrada para não criar problemas. São pessoas que precisam de oportunidades de inserção e reinserção social”, reforçou.
Além de Cláudia Marinho pela CDU, concorrem ainda às eleições do dia 26, Luís Nobre pelo PS, Eduardo Teixeira pela coligação PSD/CDS-PP, Rui Martins pela Aliança, Paula Veiga pelo Nós, Cidadãos!, Maurício Antunes da Silva pelo Iniciativa Liberal (IL), Cristina Miranda pelo Chega e Jorge Teixeira (BE).
Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% (dois mandatos) e a CDU (PCP/PEV) alcançou 8,11% (um eleito).