Em comunicado, Ivone Marques, que é também cabeça de lista da IL à Assembleia Municipal de Viana do Castelo, explicou que a participação resultou “de várias diligências efetuadas desde inícios de agosto para aceder às contas da Junta de Freguesia de Areosa desde 2017 que, na altura, não se encontravam publicadas tal como a lei determina”.
“Em causa está o facto da Junta de Freguesia ser devedora a duas empresas, ambas com a mesma sede e ambas propriedade do presidente da Junta de Freguesia de Areosa, Rui Mesquita. Um dos compromissos da Junta para com uma das empresas do autarca era de cerca de 30 mil euros”, especifica.
Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Areosa, Rui Mesquita, afirmou estar de “consciência tranquila”.
“O trabalho e a obra desenvolvidos nos últimos oito anos em Areosa falam por si e deixam a oposição sem muitos argumentos para tentar ganhar as próximas eleições. Acredito que se trate de uma tentativa de chamada de atenção por parte de alguém que não pensa, não vive nem pretende trabalhar com a freguesia e pela freguesia”, afirmou o socialista.
A candidata refere que a participação ao Ministério Público está “totalmente documentada”, defendendo “uma atuação célere das autoridades”, dada “a gravidade do conflito de interesses” e realização, na quinta-feira, de uma sessão da Assembleia de Freguesia.
Ivone Marques adianta que “a Junta de Freguesia terminou o ano de 2020 com mais de 600 mil euros de dívidas” e que “na plataforma de contratações públicas apenas figura uma obra da Junta de Freguesia de Areosa, datada de 2014”.
Para o autarca, na “ausência de projetos concretos ou exequíveis, e sem grande audiência, a candidata da IL tem feito da sua campanha um trabalho jornalístico, que tenta alavancar com recurso a provocações e acusações”.
A candidata da IL critica ainda a marcação, para quinta-feira, “a três dias das eleições autárquicas”, da Assembleia de Freguesia, cuja ordem de trabalhos inclui “a primeira alteração modificativa ao orçamento da receita e despesa de 2021”.
“A data de convocação desta Assembleia de Freguesia levanta, aliás, sérias dúvidas, uma vez que foi assinada no dia 14 de setembro, o primeiro dia da campanha eleitoral para as eleições do próximo domingo”, refere.
O atual presidente, que concorre a um último mandato, explicou que a assembleia de freguesia “decorre de acordo com a lei, que determina a realização de uma sessão em setembro”.
“Nesta assembleia, fruto das obras na capela mortuária e de a ação administrativa sobre os limites de Areosa com Monserrate ter sido declarada, em primeira instância, improcedente, vai ser apresentada uma proposta de alteração de orçamento para incluir estas duas despesas extra e respetiva cabimentação”, especificou.
Segundo Rui Mesquita, será uma “assembleia importante pois vai permitir a alguns candidatos terem o primeiro contacto com esse órgão de soberania local”.
“Espero que os ajude a compreender como funciona”, observou, garantindo que “a sete dias das eleições está interessado em discutir o futuro de Areosa, ouvindo os areosenses e conversando com eles”.
“Aguardarei serenamente que o Ministério Público faça o seu trabalho. A participação por si, não significa nada”, disse Rui Mesquita.