O arquiteto e professor do ensino superior, de 56 anos, explica que com aquelas duas forças o Bloco de Esquerda “está disposto a dialogar para encontrar soluções vantajosas para ambas as partes”.
“Estamos abertos a negociar essa partilha, dependendo do caderno de encargos e da margem de manobra que possamos ter”, sublinha o candidato em Viana do Castelo, concelho com uma área de 319,02 quilómetros quadrados onde vivem, de acordo com os resultados preliminares do Censos 2021, 85.864 habitantes, menos 2.861 residentes do que há 10 anos.
O ainda deputado na Assembleia Municipal adianta existirem “exemplos de muitas Câmaras em que um único partido não formou maioria, mas encontrou soluções capazes para governar”. Outras autarquias, acrescenta, “mesmo formando uma maioria, convidaram outros elementos a participar de no processo decisivo” do executivo.
“Caso haja eleição, temos de ver que maiorias se formam na Câmara Municipal e, se fizermos parte de uma, poderemos implementar mais projetos”, refere o candidato, natural de Vila Nova de Gaia e a residir em Viana do Castelo desde 1993.
Independentemente desse cenário político, Jorge Teixeira diz que o BE tem propostas “importantes” que quer concretizar se alcançar a representação no município e que vão permitir tornar “o ar democrático um pouco mais respirável em Viana do Castelo”.
Entre essas “ferramentas” destaca a definição de “critérios claros e transparentes de distribuição do dinheiro pelas Juntas de Freguesia, clubes, associações culturais, uma maior participação dos cidadãos na vida política”.
Em 2019, segundo dados da Pordata, a despesa ‘per capita’ da Câmara de Viana do Castelo atingiu os 742 euros, quando a média nacional foi de 786 euros.
Para o cabeça de lista, o sítio oficial da Câmara na Internet também “tem de funcionar de forma mais transparente e com conteúdos úteis para as pessoas poderem fazer o escrutínio da vida democrática da cidade”.
Jorge Teixeira preconiza ainda a antecipação do período aberto à intervenção do público nas reuniões camarárias e da Assembleia Municipal.
Segundo o BE, estas medidas são “fáceis de ser concretizadas num espaço de tempo”.
A mobilidade no concelho é um dos “projetos de fundo” da candidatura, que quer ver Viana do Castelo “a participar no Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART)”.
O BE defende um modelo municipal e intermunicipal, sendo que neste último o partido propõe que a “rede de transportes públicos passe para a esfera da Comunidade Intermunicipal (CIM)”, estrutura que agrega os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo.
“É necessária uma rede pública de transportes que responda, de facto, às exigências das pessoas, uma verdadeira alternativa ao transporte individual. É um projeto de longo curso, até porque é preciso rever as questões das concessões e é preciso migrar este sistema para a CIM. No entanto, é muito importante que se concretize, quer para a mobilidade das pessoas, quer para o ambiente”, explica.
Já no concelho, Jorge Teixeira defende um plano de mobilidade específico para o centro da cidade, complementado por um projeto de mobilidade a pedido.
“Há modelos que estão mais do que experimentados de soluções complementares de mobilidade em que as pessoas agendam, com alguma antecedência, as necessidades de mobilidade e o meio de transporte que a fornecer será adequado a essas necessidades e ao número de pessoas a transportar”, especifica.
Licenciado em arquitetura e com mestrado em Planeamento e Projeto de Ambiente Urbano, Jorge Teixeira defende ainda “um projeto muito forte para criar condições de habitação no centro histórico, quer por via regulamentar, fiscal, quer de intervenção direta da Câmara, e resolver os problemas habitacionais que existem nas freguesias”.
“O município tem de promover o corporativismo ou fazer ela própria habitação para poder fixar pessoas”, reforça.
Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% (dois mandatos) e a CDU (PCP/PEV) alcançou 8,11% (um eleito).
Concorrem ainda às eleições do dia 26 Luís Nobre pelo PS, Eduardo Teixeira pela coligação PSD/CDS-PP, Cláudia Marinho pela CDU, Rui Martins pela Aliança, Paula Veiga pelo Nós, Cidadãos!, Maurício Antunes da Silva pelo IL e Cristina Miranda pelo Chega.