O PS é poder em Viana do Castelo desde 1993. O concelho tem uma área de 319,02 quilómetros quadrados onde vivem, de acordo com os resultados preliminares do Censos 2021, 85.864 habitantes, menos 2.861 residentes do que há 10 anos.
Nas autárquicas de 2017, com cinco candidatos na ‘corrida’, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% e dois mandatos, e a CDU (PCP/PEV) alcançou 8,11%, ficando com um lugar no executivo municipal.
O socialista José Maria Costa, com 60 anos, não pode concorrer novamente à presidência por ter atingido o limite de mandatos (três consecutivos). O testemunho está nas mãos de Luís Nobre, com 50 anos, que concorre com mais sete candidatos.
“Viana do Castelo nunca teve nenhum ato eleitoral com uma presença tão significativa de candidaturas”, destaca o vereador, formado em Arquitetura e Urbanismo e com pós-graduação em Direito das Autarquias Locais e Urbanismo.
Para Luís Nobre, a “diversidade de candidaturas à direita” mostra que a “democracia está a funcionar em pleno”. Porém, critica a “falta de ideias e ações estratégicas”.
“São propostas que não passam da gestão do dia-a-dia. Os vianenses querem mais”, argumenta.
“Nós estamos há 28 anos na governação, mas o PSD esteve 20 anos e deixou uma zona industrial. Hoje há cinco e estão reunidas as condições para avançar com uma sexta zona industrial”, frisa.
O candidato socialista acredita que “os vianenses vão saber entender o trabalho competente e coeso nas áreas económica, social, de afirmação do território, da atratividade empresarial, da capacidade de fixação de população e da projeção internacional que o concelho alcançou” na hora de votar.
Líder da concelhia do PS desde 2018, Luís Nobre aponta as “78 empresas que se fixaram no concelho nos últimos oito anos e que criaram mais de seis mil empregos”. Daquele total, adianta, “mais de quatro mil foram ocupados por vianenses” e atualmente a taxa de desemprego “é quase nula”.
Dados de 2020 da Pordata indicam que, no total de população residente, a percentagem de desempregados inscritos do Instituto de Emprego e Formação Profissional era de 4,2%, abaixo da média nacional, de 5,8%.
“É este o resultado do trabalho feito e que é para continuar, reajustado à realidade dos novos tempos”, observa.
O cabeça de lista realça que “há oito anos não existiam praticamente empresas da área tecnológica – hoje há 11 e mais de 400 postos de trabalho qualificados nesse universo empresarial”.
Com estes dados, quer “desmontar” as críticas relacionadas com o baixo poder de compra ‘per capita’ do concelho. De acordo com a plataforma EyeData, em 2017, o índice de poder de compra por habitante em Viana do Castelo era de 93,1, cerca de sete pontos abaixo da média nacional (100,0). Em 2009 a diferença era de 10.
“Estamos agarrados a indicadores de 2017, mas hoje temos outra realidade. Não está contabilizado o efeito prático das 78 empresas que se instalaram no concelho”, afirma.
O candidato socialista destaca ainda que, “em 2011, o rendimento mensal médio de um trabalhador era de 944 euros, valor que passou para os 1.115 euros”. Viana do Castelo, continua o cabeça de lista, é o 16.º concelho mais exportador do país.
A “necessidade” de habitação é para o vereador – responsável pelos pelouros do Planeamento, Gestão Urbanística, Reabilitação Urbana, Desenvolvimento Económico, Mobilidade, Coesão Territorial e Turismo – um dos sinais de que a “estratégia municipal está a funcionar”.
“Existe porque atraímos novos residentes, fixamos população, ao contrário do que tem sido dito. A Estratégia Local de Habitação tem contratualizado um investimento de 18 milhões de euros, valor que atinge os 26 milhões de euros juntamente com o investimento de privados. O compromisso que temos é de construir, no próximo mandato, mais de 500 frações em todo o concelho”, indica.
O candidato do PS quer “recuperar o papel das cooperativas de habitação no acesso a um direito constitucional das famílias, assumindo o município o apoio nos terrenos e infraestruturas”.
Saúde, coesão territorial, cultura, desporto, turismo, agricultura, pescas e a dinamização de um comércio tradicional mais virado para o digital estão também entre “as prioridades” da candidatura socialista.
Concorrem ainda às eleições do dia 26 Eduardo Teixeira pela coligação PSD/CDS-PP, Cláudia Marinho pela CDU, Jorge Teixeira pelo BE, Rui Martins pelo Aliança, Paula Veiga pelo Nós, Cidadãos!, Maurício Antunes da Silva pelo IL e Cristina Miranda pelo Chega.