Na homilia, partindo do Evangelho, começou por destacar o “contraste” entre o discurso de Jesus, repleto de referências a “perseguição, sofrimento, cruz e humilhação”, e o discurso dos discípulos que discutiam e disputam “os primeiros lugares, as grandezas e o poder”. “Isto, infelizmente, pode passar-se com cada um de nós. Bate-nos à porta a Cruz de Cristo, e nós conservamo-nos insensíveis e distraídos, iludindo-nos com zelos piedosos e afazeres terrenos”, afirmou, apontando, em seguida, para o facto de que “os primeiros lugares, as excelências e os poderios são a tentação das chefias que, muitas vezes, mancham o ‘serviço de mandar’, com as exigências de muitos direitos, de altos ordenados, do esquecimento dos subtidos, quando não mergulhados na corrupção”.
Desta feita, apontou D. Anacleto como exemplo de vida do Evangelho escutado. “D. Anacleto viveu o que pregou (…) e disse-nos, com clareza: ‘Quem quiser ser o maior, tem que se fazer pequeno, isto é, tem de ser o último, o servo dos sevos, o servo e o escravo de todos”, referiu, pois “a grandeza dos cristãos consiste em ser ‘escravos’, em se colocar ao serviço dos outros, em dar-se aos seus irmãos, numa dádiva que pode ir, até à doação da vida”, acrescentou.
Neste sentido, destacou D. Anacleto como grande enquanto “Homem, pelo bom relacionamento com todos”, “grande como sacerdote e professor, e sobretudo como biblista”, pela sua “profundidade” e “clareza”, “grande como Bispo”, por “doar tempo aos diocesanos”, grande como Santo”, pois tal como S. Bartolomeu dos Mártires “reduziu o tempo em que permanecia na Casa Episcopal”.
Por último, pediu à assembleia que a memória de D. Anacleto impulsione a oração pela Diocese, “para que, em breve, mereçamos receber um novo pastor, segundo o coração da Trindade Santíssima”.