O aluimento de terras, no lugar da Igreja, freguesia de Sistelo, classificada como monumento nacional, ocorreu em junho.
A derrocada abriu uma “cratera” com 100 metros de extensão, 12 de metros de largura e cerca de seis metros de profundidade. Por precaução, 31 pessoas foram retiradas de casa.
Contactado hoje pela Lusa, a propósito da aprovação, em reunião camarária, de um protocolo de cooperação técnica com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para formalização de uma candidatura ao Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020), João Manuel Esteves adiantou que o município irá suportar 15% do montante da empreitada.
O autarca do PSD referiu que “na próxima semana será lançado o concurso público para a realização da primeira fase da intervenção”, estimando que “no início de 2022 os trabalhos comecem no terreno”.
“As obras irão prolongar-se durante cerca de quatro meses, num investimento estimado de um milhão de euros”, revelou.
Segundo João Manuel Esteves, “a primeira fase das obras prevê a recuperação da linha de água, com colocação infraestruturas de drenagem das águas” entre outros trabalhos.
Posteriormente avançará a reconstituição da paisagem, desde o coberto vegetal até às estruturas de socalcos destruídas aquando do aluimento de terras, intervenção que terá o mesmo prazo de execução, num investimento próximo do meio milhão de euros.
“Desde o aluimento a autarquia tem tido a assessoria e o acompanhamento por parte de uma equipa de professores da Universidade do Minho (UM). Estamos a fazer a avaliação e a monitorização da situação. Obviamente que muitos vezes, estes casos são inesperados”, disse.
A classificação da aldeia como Monumento Nacional da paisagem cultural da aldeia de Sistelo foi promulgada Presidente da República em dezembro de 2071, e publicada em Diário da República, em janeiro de 2018.
Encaixada no fundo de um vale, nos limites do Parque Nacional da Peneda-Gerês e conhecida como o “pequeno Tibete português”, devido aos seus socalcos, a aldeia do Sistelo tem cerca de 270 habitantes e é iminentemente rural.
Os socalcos verdes, junto ao rio Vez, representativos “da relação que o homem desenvolveu com a natureza e a forma como a moldou”, as casas típicas, os moinhos e os espigueiros são “marcas de um passado com centenas de anos”.