Com esta iniciativa, não só se evoca a efeméride como se releva a importância ecológica e, sobretudo, o elevadíssimo valor do coberto vegetal de todo o concelho, que o converte num dos mais importantes do Norte Atlântico de Portugal.
As árvores, sobretudo carvalhos, castanheiros, medronheiros, azevinhos e sobreiros, com tamanhos entre 0,5 e 2 metros, serão entregues às Juntas de Freguesia de todo o concelho para que os munícipes as possam recolher sem dificuldade de transporte. A única condição é o seu não uso comercial.
“Teremos de ser capazes de ligar a floresta aos projetos de cidadania com o objetivo de garantirmos que estamos a apostar numa mudança de paradigma para o futuro, através da implicação de toda a comunidade. A mudança tem de ser coletiva. A floresta tem horror ao vazio”, relembra Vitor Paulo Pereira, sustentando que “o futuro exige uma maior intervenção comunitária, que começa em cada um de nós. Cuidar da floresta e plantar espécies autóctones é um dos muitos passos que temos de dar. Sinceramente penso que estamos a fazer um bom trabalho com muitos parceiros e entidades que partilham das mesmas ideias e dos mesmos ideais”.
A iniciativa é alargada também às escolas, onde decorrerão atividades de plantação durante a semana e, no sábado dia 27 de novembro, aos frequentadores do mercadinho local onde serão disponibilizadas mais árvores para entrega gratuita.
Apesar do caráter simbólico da data, esta a ação permite que, a um compasso médio de 4x4m, se garanta a plantação com a colaboração de todos de 24 hectares de floresta autóctone, o equivalente a 24 campos de futebol.
“Ao comemorarmos este dia estamos sobretudo empenhados em aumentar a biodiversidade de Paredes de Coura e, ao mesmo tempo, reduzir o risco de incêndio. Se o fizermos com a participação das juntas de freguesia, com as escolas e com todas as pessoas, estamos a transformar o nosso objetivo em partilha e consciência ambiental”, concluiu Vitor Paulo Pereira.
Também a área de Paisagem Protegida de Corno de Bico, em Paredes de Coura, tem sido objeto nos últimos 4 anos de diversas ações de reflorestação, levadas a cabo em colaboração com entidades como a “ACHLI” e a “Bosques Sostenibles”, o que permitiu no total a plantação de mais de 20 hectares de árvores autóctones nos Baldios de Castanheira e Bico, recuperando zonas afetadas por incêndios.
Na área da Paisagem Protegida do Corno de Bico foram ainda realizadas intervenções de gestão de combustível e conversão da paisagem, numa área total superior a 80 hectares. Esta conversão permite maior resiliência ao risco de incêndio e uma manutenção sustentável, uma vez que é uma área privilegiada para a atividade de pastoreio dos animais.