Em declarações hoje à agência Lusa, José Manuel Carpinteira disse ter reunido hoje com a direção do agrupamento de escolas Muralhas do Minho para definir a segurança privada, sendo que a partir de terça-feira os efetivos entram ao serviço naquela escola da segunda cidade do distrito de Viana do Castelo.
Na sexta-feira, dois alunos, de 13 e 16 anos, e duas funcionárias, de 48 e 56 anos, ficaram feridos, sem gravidade, na sequência de uma rixa entre estudantes.
Segundo fonte da GNR, o caso “começou entre dois grupos de alunos” e as duas funcionárias, “que tentaram acabar com a rixa, acabaram por sofrer agressões.
“Não queremos que casos como este voltem a acontecer”, observou.
José Manuel Carpinteira adiantou que, “em articulação com a direção do agrupamento e a associação de pais”, vão ser tomadas “outras medidas, tendo em vista criar alguma paz dentro da própria escola e dar confiança a alunos, encarregados de educação, professores e auxiliares”.
O presidente da Câmara de Valença apontou a reorganização dos auxiliares de ação educativa para garantir a vigilância do grupo de jovens “problemáticos, que não chega a uma dezena”, desde “a entrada até à saída” do recinto escolar.
O objetivo, segundo o autarca, é que os auxiliares de ação educativa possam estar “mais vigilantes à atuação e procedimentos desses alunos”.
O autarca José Manuel Carpinteira referiu que ainda hoje será enviada a convocatória, com caráter de urgência, do Conselho Municipal de Educação, para que “as entidades responsáveis avaliem novas ações a desenvolver para garantir as condições de segurança exigíveis para a sã convivência entre alunos, professores e auxiliares e para o bem-estar da comunidade educativa”.
“Está a ser concertado o dia e hora da reunião. Não sabemos se será possível reunir o Conselho Municipal de Educação ainda esta semana, por causa do feriado que quarta-feira, mas o mais tardar na próxima semana, terá que acontecer essa reunião”, especificou.
Garantiu que a autarquia está “fortemente empenhada” em “atenuar os problemas que têm acontecido” no estabelecimento de ensino e que se arrastam “há anos sem nunca terem sido resolvidos”.
“É um assunto que já vem de trás, mas que nunca foi resolvido de forma eficaz e nós queremos, pelo menos, tentar resolver. Acho que vamos resolver, mas vai demorar algum tempo”, referiu.
As agressões ocorridas na última sexta-feira não são caso único na escola EB 2,3/S, com mais de 800 alunos, e recentemente alvo de obras de requalificação de 3,2 milhões de euros.
Em outubro de 2019, mais de 100 pessoas, entre professores, pais e auxiliares, participaram num cordão humano exigindo uma escola mais segura.
A ação decorreu na sede do Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho, na sequência da alegada agressão, dos encarregados de educação de uma aluna a dois professores e dois auxiliares de ação educativa.
O cordão humano promovido pela comunidade educativa contou com o apoio do Sindicato dos Professores do Norte (SPN) e do Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), que exigiram “medidas urgentes para travar este tipo de casos, cada vez mais frequentes nas escolas”.
Em 2016, a direção do Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho foi confrontada uma alegada ameaça com arma branca de um aluno a outro no recreio do estabelecimento de ensino.