“Ao todo, foram rececionadas 42 candidaturas, um número que considero bastante impressivo para um prémio que lançámos em março de 2021, num período atípico a vários níveis”, disse a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, na entrega dos diplomas dos projetos vencedores da 1.ª edição do prémio autárquico “Aristides de Sousa Mendes e outros salvadores portugueses – Holocausto, valores universais, humanismo e justiça”, que decorreu no Palácio Galveias, em Lisboa.
Entre as cinco categorias do prémio, a de Coesão Social e Comunitária foi atribuída ao projeto “Conselho Municipal do Imigrante, Integração e Interculturalidade”, do município de Braga, a que se juntam três menções honrosas, nomeadamente ao programa educativo e cultural “De Famalicão para o mundo: contributos da história local”, promovido por Vila Nova de Famalicão; ao projeto “A escola vai ao bairro”, da freguesia da Falagueira-Venda Nova (concelho de Amadora) e do agrupamento de escolas Mães D’Água; e ao projeto “Museu fora de portas: o museu visita as IPSS (instituições particulares de solidariedade social)”, submetido por Sesimbra.
Na categoria de Artes, Património e outros domínios Culturais, o vencedor foi o projeto “Casa da História Judaica de Elvas”, do município de Elvas, e foram distinguidas outras três candidaturas com menções honrosas: peça de teatro/texto “Miosótis”, submetida pela freguesia de Arcozelo (Ponte de Lima), em parceria com o DUPLAFACE – Companhia das Artes; projeto “Escola da Cidadania – Casa das Memórias António Guterres”, promovido do Fundão; e espetáculo de ballet neoclássico “A última viagem”, do município de Viana do Alentejo e da Associação Equestre de Viana do Alentejo.
O município de Almeida venceu a categoria Modelar o Futuro sobre memórias e experiências vivas, com o projeto “Vilar Formoso Fronteira de Paz – Memorial dos Refugiados ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes”, e houve também três menções honrosas: “Desvendando memórias dos gibraltinos”, submetido por Funchal; “Trabalhadores forçados portugueses no III Reich e os Louletanos no sistema concentracionário nazi”, do município de Loulé, em associação com o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa; e “CHUDE – Centro Humberto Delgado, Centro de Estudos sobre o Republicanismo e a Oposição à Ditadura Portuguesa”, promovido por Torres Novas.
Na categoria de Diferenciação, Inovação, Criatividade, o galardão foi atribuído ao projeto “Cerveira-Tomiño: Um espaço naturalmente comum e verdadeiramente europeu”, do município de Vila Nova de Cerveira, e duas menções honrosas para “Jornadas municipais de educação 75 anos do fim do holocausto relembrar para refletir”, submetido por Serpa, e “Programa Educar para a Convivência e Comunicação entre Culturas – SER(PA)+CIDADÃO”, também do município de Serpa, em parceria com a Rota do Guadiana – Associação de Desenvolvimento Integrado.
A Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares arrecadou o prémio na categoria de Fazer Acontecer, com o projeto “Nas malas deixamos o coração…”, e houve uma menção honrosa para “Um abraço numa carta”, submetido por Vila Nova de Gaia, numa iniciativa de Mariana Isabel Gonçalves Costa.
Além da ministra Alexandra Leitão, a cerimónia de divulgação dos vencedores do prémio contou com a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, Jorge Botelho, da comissária do programa Nunca Esquecer, Marta Santos Pais, e os autarcas e representantes dos projetos premiados.
A 1.ª edição do prémio “Aristides de Sousa Mendes e outros salvadores portugueses” recebeu, entre as 42 candidaturas, projetos submetidos pelas autarquias, precisamente “28 municípios e cinco freguesias”, e pelas entidades promotoras, que são “os verdadeiros agentes de mudança junto das populações”, realçou a ministra Alexandra Leitão.
“A pandemia criou situações de emergência social que são terreno fértil para o recrudescimento de discursos de ódio em todo o mundo e é em momentos como este que não esquecer se torna fundamental. Não esquecer a história. Não esquecer o sofrimento humano. Não esquecer para que o pesadelo não se repita”, declarou a titular da pasta da Administração Pública, destacando a intervenção de proximidade do poder local na defesa dos direitos humanos e “promoção de valores como o respeito, a justiça, a honra, a empatia, a liberdade e a solidariedade”.
No seu discurso, Alexandra Leitão anunciou ainda o lançamento da 2.ª edição do prémio autárquico, em que o prazo de candidaturas decorrerá até 31 de maio de 2022.
A encerrar a cerimónia, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, agradeceu a participação das autarquias neste programa nacional de “homenagem a todos os portugueses que contribuíram para salvar vidas ameaçadas pela barbárie nazi”, considerando que “os municípios são muito importantes para levar a bom porto o esforço de sensibilização de toda a comunidade para a necessidade de respeitar a dignidade humana e não permitir discriminações baseadas na etnia, na nacionalidade ou na religião”.
Integrando o Projeto Nunca Esquecer – Programa Nacional em torno da Memória do Holocausto, o prémio “Aristides de Sousa Mendes e outros salvadores portugueses” é uma distinção honorífica e de natureza não pecuniária atribuído “às autarquias que, por sua iniciativa ou em articulação com a sociedade civil, promovam práticas, programas ou projetos de elevado mérito e interesse público”.