O jornal The New York Times e a revista especializada em música Billboard citam duas pessoas informadas sobre o negócio, que falaram de forma anónima por não terem sido autorizadas a divulgar os moldes do acordo.
A venda por cerca de 442 milhões de euros – possivelmente um valor recorde – inclui o catálogo de músicas gravadas do cantor e as suas composições.
De acordo com o The New York Times, representantes da Sony e Bruce Springsteen ainda não tinham comentado o negócio até quinta-feira à noite. A notícia da venda foi anunciada pela primeira vez pela Billboard.
O acordo inclui o famoso ‘single’ “Born in the USA”, que vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo.
Bob Dylan, Paul Simon, Stevie Nicks, Shakira, Neil Young e muitos outros músicos venderam toda ou parte dos seus trabalhos por valores que chegam a centenas de milhões de dólares. O acordo de Bob Dylan, com a Universal Music em 2020, para a venda apenas das suas composições foi avaliado em mais de 300 milhões de dólares (cerca de 265 milhões euros).
Também conhecido por “The Boss”, Bruce Springsteen de 72 anos, popular nos Estados Unidos e no estrangeiro, vendeu mais 150 milhões de discos em 50 anos e manteve-se fiel ao selo da gravadora Columbia Records, parte da multinacional japonesa Sony.
Bruce Springsteen também possui os direitos autorais das suas composições, embora desde 2017 sejam administradas pela Universal.
Ter os direitos dos catálogos – que permitem ganhar ‘royalties’ (parte do valor dos lucros de uma obra paga ao autor) pela utilização de uma música, seja um ‘download’, uma passagem num filme ou um anúncio – pode ser muito lucrativo a longo prazo.
Numa reunião com investidores em maio, o presidente-executivo da Sony Music, Rob Stringer, disse que a empresa gastou 1,4 mil milhões de dólares (cerca de 1,2 mil milhões de euros) em aquisições nos últimos seis meses.
Os especialistas têm observado desde 2020, em consequência da pandemia da covid-19, movimentações para a aquisição de direitos de catálogos musicais, em particular com os serviços de ‘streaming’: os mercados financeiros mostram-se fiéis a esses “portefólios” de artistas considerados atemporais, que geram fluxos de receita estáveis.