“Sabe aquele filme Missão Impossível? Nós estamos na Missão Impossível três. Então, não será possível fazer esse Carnaval. Não tem a mínima condição”, afirmou o governador, Rui Costa, citado pela imprensa local, num evento de inauguração de um hospital em Salvador, capital estadual.
Ainda de acordo com o governador, “alguém falar de Carnaval a essa altura do campeonato” é estar a ser “irresponsável com a vida do outro”, frisando que não se inclui “nesse grupo”.
“Portanto, nós não teremos Carnaval nesse modelo que nós conhecemos como Carnaval. Não há a mínima condição”, frisou Costa, acrescentando que, além das mortes provocadas pela covid-19, a Bahia tem também registado um aumento de óbitos pelo vírus da gripe.
Rui Costa destacou ainda que 2,5 milhões de pessoas no estado estão com doses da vacina contra a covid-19 em atraso: “Não tem como falar de festa em larga escala nesse período. Já temos risco suficiente em admitir festas com cinco mil pessoas, então imagine para três milhões de pessoas”.
O governador informou que se deverá reunir com prefeituras de cidades ‘baianas’ para discutir alternativas aos tradicionais festejos carnavalescos, que atraem milhões de foliões à região.
Antes mesmo de a realização do Carnaval ter sido discutida pelo poder público, grandes nomes da música da Bahia já tinham informado que não participariam na festa, como Daniela Mercury e Leo Santana, segundo a imprensa local.
A organização do Carnaval de Salvador é feita pela prefeitura daquela capital estadual, que ainda não tomou uma decisão definitiva sobre o tema.
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse no mês passado que se dependesse de si não haveria Carnaval no Brasil em 2022 devido à pandemia de covid-19.
“Por mim, não teria Carnaval, só que tem um detalhe, quem decide não sou eu. Segundo o STF [Supremo Tribunal Federal], quem decide são governadores e prefeitos. Não quero me aprofundar nessa que poderia ser nova polémica”, disse Bolsonaro numa entrevista à rádio Sociedade da Bahia, em 25 de novembro último.
Dezenas de cidades por todo o país já anunciaram o cancelamento do Carnaval de 2022, festa que gera muitas divisas com turismo interno e externo em cidades importantes como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Os responsáveis municipais receiam que as aglomerações próprias da folia gerem uma nova vaga de infeções, e, consequentemente, façam elevar o número de casos e óbitos.
O Brasil, um dos países mais atingidos pelo novo coronavírus, com mais de 618 mil mortes e 22,2 milhões de infeções, teve que cancelar o seu famoso Carnaval em 2021 por causa da pandemia.