De acordo com a portaria, os secretários de Estado do Orçamento, Cláudia Joaquim, e das Infraestruturas, Jorge Moreno Delgado, autorizam a IP a repartir o encargo global de reabilitação da ponte pelos próximos dois anos, investindo um milhão de euros em 2022 e o mesmo montante no ano seguinte.
Contactada pela agência Lusa, fonte da IP adiantou que, face à autorização do Governo, será lançado o concurso público para a realização da empreitada.
De acordo com informação disponível no sítio na Internet da Direção-Geral do Património Cultural, a ponte de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, foi “construída provavelmente no séc. I, e reformada na época medieval, em gótico, passando a ser fortificada com duas torres, e a integrar o sistema defensivo da vila”.
A ponte, monumento nacional, “é composta por dois troços distintos, um romano, mais simples e mais largo, como era comum nas pontes romanas, com o tabuleiro assente em arcos de volta perfeita, de aduelas rusticadas e com visíveis vincos fórfex, apesar do último já ser apontado, possivelmente devido a reforma posterior”.
O “troço medieval, em cantaria siglada, assenta em arcos apontados, dois deles soterrados, devido a arranjos urbanísticos, com talha-mares prismáticos a montante e quadrangulares do lado oposto, encimados por olhais, também de arco apontado”.
Das “torres que a fortificavam subsiste apenas a base da Torre Velha, a norte, já nada restando da Torre dos Grilos, que ficava no extremo oposto, no alinhamento das muralhas da vila, onde hoje é a Rua Amoroso Lima”.
O “tabuleiro com guarda plena tem sensivelmente a meio marco de delimitação territorial, em forma de cruzeiro, com as armas da vila, já referenciado em 1758”.
O “troço medieval representa em Portugal um novo protótipo de ponte, imitando outras espanholas existentes no caminho para Santiago de Compostela, na Galiza, como Puente la Reina (Navarra) ou a de Zamora, que depois se reproduziu no norte do país, em Ponte da Barca e em Vilar de Mouros”.