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Música

23 Dez 2021

Quase 250 artistas apoiados com fundo da Audiogest para financiamento de projetos musicais

Pedro Xavier

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Quase 250 artistas serão apoiados pelo fundo da Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos (Audiogest), com dotação de 1,3 milhões de euros, criado para financiamento de projetos de música.

“Projetos editoriais de 247 artistas, editados, produzidos ou distribuídos por 61 produtores musicais, vão receber 1,282 milhões de euros de apoio do fundo criado pela Audiogest para ajuda à recuperação do setor da edição musical, após dois anos de restrições impostas pela pandemia”, afirma aquela entidade, num comunicado.

Para o diretor-geral da Audiogest, Miguel Carretas, citado no comunicado, “a adesão massiva” por parte dos associados “e o elevado número de projetos de edição musical apresentados, são não só um sinal de vitalidade do setor da edição musical, como também a prova concreta do efeito multiplicador que os investimentos da indústria discográfica trazem a todo o sector musical”.

Em novembro, aquando do anúncio da criação deste fundo, a Audiogest explicou que a verba disponível provém dos fundos culturais geridos por aquela entidade, “que constitui uma percentagem sobre os direitos cobrados”, e seria disponibilizada “na sequência de um processo de candidatura não concursal, que se destina a garantir a efetiva afetação dos apoios a investimentos relacionados com a edição de reportório português”.

De acordo com a Audiogest, no comunicado, “na atribuição de financiamento o valor mínimo por candidatura foi de 7.500 euros”, e o fundo irá “apoiar 60 editores musicais nacionais e uma associada estrangeira”.

Para a Audiogest, “a adesão à linha de apoio e o número de beneficiários do apoio, 61 produtores para 247 artistas, é revelador do fator multiplicador das produtoras discográficas no investimento na indústria da edição musical no país”.

Este fundo esteve aberto à totalidade do universo dos associados da Audiogest, “que inclui as grandes ‘majors’ internacionais – responsáveis, em 2020, pela venda física e digital de cerca de 65% de todo o reportório nacional – e as editoras e artistas portugueses independentes”.

A Audiogest representa “180 associados, dos quais 40 produtores estrangeiros que operam em Portugal e 140 nacionais”.

“A distribuição deste fundo é a resposta da Audiogest à situação crítica do setor, que está a ser afetado pelos dois anos de pandemia e por medidas limitativas dos espetáculos. O objetivo é compensar o decréscimo da cobrança e distribuição de direitos verificado este ano e em 2020 e, simultaneamente, apoiar, de forma universal e transversal, todos os projetos de investimento em produção, gravação, promoção e distribuição de música nacional”, lê-se no comunicado.

A Audiogest recorda que, no ano passado, “quando todos os espetáculos musicais foram adiados ou cancelados, as editoras nacionais conseguiram manter os seus níveis de investimento, revelando enorme resiliência e assumindo – mesmo em circunstâncias particularmente adversas – o seu papel insubstituível de transformar talento em sucesso”.

Este ano, alerta, “a redução dos direitos distribuídos poderia pôr em risco a continuidade desse investimento, numa altura em que se torna fundamental o lançamento de novos projetos musicais”.

A Audiogest lembra que o setor da produção e edição musical “tem estado sistematicamente arredado de qualquer apoio específico recorrente por parte do Estado, em flagrante contraste com outros setores culturais”.

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