“Projetos editoriais de 247 artistas, editados, produzidos ou distribuídos por 61 produtores musicais, vão receber 1,282 milhões de euros de apoio do fundo criado pela Audiogest para ajuda à recuperação do setor da edição musical, após dois anos de restrições impostas pela pandemia”, afirma aquela entidade, num comunicado.
Para o diretor-geral da Audiogest, Miguel Carretas, citado no comunicado, “a adesão massiva” por parte dos associados “e o elevado número de projetos de edição musical apresentados, são não só um sinal de vitalidade do setor da edição musical, como também a prova concreta do efeito multiplicador que os investimentos da indústria discográfica trazem a todo o sector musical”.
Em novembro, aquando do anúncio da criação deste fundo, a Audiogest explicou que a verba disponível provém dos fundos culturais geridos por aquela entidade, “que constitui uma percentagem sobre os direitos cobrados”, e seria disponibilizada “na sequência de um processo de candidatura não concursal, que se destina a garantir a efetiva afetação dos apoios a investimentos relacionados com a edição de reportório português”.
De acordo com a Audiogest, no comunicado, “na atribuição de financiamento o valor mínimo por candidatura foi de 7.500 euros”, e o fundo irá “apoiar 60 editores musicais nacionais e uma associada estrangeira”.
Para a Audiogest, “a adesão à linha de apoio e o número de beneficiários do apoio, 61 produtores para 247 artistas, é revelador do fator multiplicador das produtoras discográficas no investimento na indústria da edição musical no país”.
Este fundo esteve aberto à totalidade do universo dos associados da Audiogest, “que inclui as grandes ‘majors’ internacionais – responsáveis, em 2020, pela venda física e digital de cerca de 65% de todo o reportório nacional – e as editoras e artistas portugueses independentes”.
A Audiogest representa “180 associados, dos quais 40 produtores estrangeiros que operam em Portugal e 140 nacionais”.
“A distribuição deste fundo é a resposta da Audiogest à situação crítica do setor, que está a ser afetado pelos dois anos de pandemia e por medidas limitativas dos espetáculos. O objetivo é compensar o decréscimo da cobrança e distribuição de direitos verificado este ano e em 2020 e, simultaneamente, apoiar, de forma universal e transversal, todos os projetos de investimento em produção, gravação, promoção e distribuição de música nacional”, lê-se no comunicado.
A Audiogest recorda que, no ano passado, “quando todos os espetáculos musicais foram adiados ou cancelados, as editoras nacionais conseguiram manter os seus níveis de investimento, revelando enorme resiliência e assumindo – mesmo em circunstâncias particularmente adversas – o seu papel insubstituível de transformar talento em sucesso”.
Este ano, alerta, “a redução dos direitos distribuídos poderia pôr em risco a continuidade desse investimento, numa altura em que se torna fundamental o lançamento de novos projetos musicais”.
A Audiogest lembra que o setor da produção e edição musical “tem estado sistematicamente arredado de qualquer apoio específico recorrente por parte do Estado, em flagrante contraste com outros setores culturais”.