O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), José Manuel Silva, adiantou que o pré-aviso de greve prevê o prolongamento da paralisação, sempre naquele horário, até ao mês de agosto.
“A partir do dia 08 de cada mês os trabalhadores fazem greve todos os dias, de todos os meses, até agosto, entre as 06:30 e as 09:00”, sustentou, referindo que a paralisação “vai ter um impacto muito grande” devido ao início das aulas, no 2.º período letivo.
O sindicalista acrescentou que “o salário do mês de dezembro não foi pago aos mais de 20 trabalhadores da transportadora, sendo que alguns ainda não receberam outubro e novembro”.
Segundo José Manuel Silva, a administração da Auto Viação Cura “argumenta que as câmaras municipais do distrito de Viana do Castelo não pagaram o serviço”.
“Os trabalhadores acham que isso é falso. Nesse sentido, o sindicato vai enviar emails a todas as câmaras da região a informar que os trabalhadores vão entrar em greve e que a entidade patronal alega que são as próprias autarquias que não pagam à transportadora”, referiu.
Contactado pela Lusa, o porta-voz daquela empresa de transporte público, Rui Matos, desmentiu “por completo” as acusações do STRUN.
“É tudo completamente mentira. Não há nenhum funcionário do Cura/Transcolvia com vencimentos em atraso. Nenhum. Temos os comprovativos de pagamento dos salários de outubro e novembro a todos os trabalhadores”, garantiu o responsável.
Rui Matos admitiu que o mês de dezembro “ainda não foi pago”.
“Hoje é dia 05. Todos os trabalhadores que estão no ativo no Cura/Transcolvia assinaram uma declaração, com o consentimento da comissão de trabalhadores, a dizer que podem receber até ao dia 15 do mês seguinte. Portanto, estamos completamente dentro do prazo de pagamento”, sublinhou.
O responsável adiantou que “o salário de dezembro será pago ainda esta semana, ou na próxima”.
“De facto, deviam ter mesmo os salários em atraso que era para o sindicato aprender a não ter sindicalizados mentirosos”, frisou.
Rui Matos referiu que “há alguns atrasos” nos pagamentos das câmaras municipais”, resultantes da falta de verbas dos Programas de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART) e à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (ProTrans).
Para o responsável, esta situação “não pode ser invocada como justificação para a greve, porque os salários estão pagos até novembro e porque os trabalhadores nada têm a ver com a forma como a empresa é gerida”.
“As verbas do PART e do ProTrans foram esgotadas, em 2021, devido à pandemia de covid-19 e foi preciso que os municípios aprovassem novos orçamentos. Estamos completamente coordenados com os municípios. Há, de facto, algum atraso, mas são atrasos que compreendemos porque os novos orçamentos foram aprovados recentemente”, especificou.