A Assembleia, a primeira presencial após o início da pandemia, realizou-se em Santiago de Compostela como reconhecimento ao Caminho de Santiago e ao setor turístico, um dos mais castigados pela pandemia e que vai ter um papel importante na recuperação económica.
O alcalde de Santiago, Xosé S. Bugallo, mostrou-se “muito satisfeito pela nossa cidade acolher esta importante reunião, sobretudo sendo no contexto do Ano Santo que esperamos que seja o da recuperação económica e da saída da crise”. O autarca quis também “reivindicar o papel que tiveram os municípios durante este período crítico, uma vez que contribuíram de uma forma destacada para reativar os setores mais prejudicados pela crise económica, social e sanitária”.
Na Assembleia aprovou-se o relatório de Gestão política do até então presidente e Presidente da C.M. de Braga, Ricardo Rio, reconhecendo-se o trabalho extraordinário realizado nas condições, provavelmente, mais difíceis nos 30 anos de vida do Eixo Atlântico já que teve que gerir os dois anos de pandemia e a consequente paralisação de atividades.
Apesar disto, durante a sua presidência desenvolveram-se ações altamente inovadoras a nível europeu como a conferência de Presidentes e especialistas de renome, realizada em Pontevedra. Nessa reunião aprovaram-se modelos e estratégias para gerir as consequências geradas ao nível económico e social das cidades após a pandemia.
Durante a presidência de Ricardo Rio também se iniciou o processo de internacionalização do Eixo Atlântico com 5 projetos aprovados e financiados pela Comissão Europeia na Ásia, Canadá e América do Sul.
Ricardo Rio: “O tempo é algo que não flui sem que nele devamos deixar a nossa marca, o nosso trabalho e o nosso espírito crítico e decisor, sendo esta a melhor herança e futuro que poderemos deixar às próximas gerações. O período em que com extremo orgulho e determinação liderei os destinos do Eixo Atlântico foi marcante e espero que as bases lançadas nos projetos até aqui desenvolvidos sejam uma plataforma profícua para o destino do Eixo Atlântico com evidentes vantagens para toda a euroregião e os seus cidadãos. Juntos continuaremos sempre a ser mais fortes”.
A Assembleia reconheceu especialmente o esforço na coordenação e o intercâmbio de informação realizado pelo Eixo Atlântico durante o confinamento e as coordenações com o Governo de Portugal e a Xunta de Galicia para minimizar as limitações dos governos sobre a mobilidade entre populações de ambos os lados da fronteira. De forma particular, valorizou-se a criação das comissões políticas que garantem a participação ativa de todos (as) os (as) presidentes na identificação das ações para sair da crise, assim como uma estratégia conjunta para a gestão dos Fundos Next Generation.
O programa para 2022 aprovado na Assembleia-geral promove um conjunto de propostas em sintonia com a nova política da União Europeia, e seus instrumentos financeiros para o período de 2021-2027. O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, o mapa de coesão social, o Plano de Sustentabilidade Urbana e o Plano de Descarbonização do Sistema Urbano do Eixo Atlântico, estão alinhados com o Pacto Ecológico Europeu, o Novo Bauhaus ou as medidas energéticas que a Comissão Europeia está a desenvolver.
Entre estes, o Eixo Atlântico dá especial atenção aos planos energéticos que melhoram a competitividade e favorecem a redução dos preços da energia, a qualidade do ar e a prevenção da poluição atmosférica, que provoca um elevado número de casos de cancro do pulmão. Da mesma forma, nos próximos meses, será apresentado o primeiro relatório socioeconómico do Eixo, que constitui uma fotografia em alta definição da situação social e económica das nossas cidades e do território após a pandemia.

No âmbito do desenvolvimento económico, continuar-se-á com o diálogo com os governos para melhorar as ligações ferroviárias e a ligação vertical Lisboa-Coruña com a saída sul Vigo e a nova linha ferroviária Porto-Vigo, complementar à linha do Minho. Da mesma forma, verificar-se-á que o AVE galego cumpre todos os parâmetros de um comboio de alta velocidade de última geração. Também se estará atento a que a chegada do AVE não oculte outras necessidades que estão pendentes há muito tempo e que se tornam cada vez mais urgentes.
A digitalização e o turismo constituem atuações prioritárias no programa com o desenvolvimento de conceitos promovidos pelo Eixo Atlântico nos seus 30 anos: o turismo transfronteiriço e o turismo de autor.
Por último, a cultura, a educação e o desporto, âmbitos de identidade do Eixo, contribuirão para a reconstrução do tecido cultural e da coesão social após a pandemia.
Toda esta experiência constituirá o conteúdo das estratégias de internacionalização que promovem a valorização das experiências mais inovadoras das nossas cidades a nível internacional (com especial interesse em cidades da Ásia e América, tanto do Norte como do Sul), bem como a promoção de novos projetos conjuntos cofinanciados pela Comissão Europeia.
*DECLARAÇÕES DE LARA*
Por seu lado, o Secretário-Geral, Xoan Vázquez Mao, destacou o facto de após uma crise económica, que afetou Portugal e Espanha de forma singular, e uma pandemia, “o Eixo Atlântico contínua na linha da frente com novos municípios, com mais cidades a solicitarem a sua adesão; com um programa e orçamento consolidados e mais ambiciosos, mesmo acima dos anos anteriores à pandemia, além de sua posição de liderança na Ásia e na América”.