“As alterações climáticas e a força dos números dos últimos anos exigem uma mudança urgente de paradigma face à política nacional no combate aos incêndios. Não podemos admitir que haja um dispositivo especial de combate a incêndios rurais para um determinado período do ano, continuando a ignorar a realidade dos incêndios fora desse referido período”, refere.
A isto, completa que “no decorrer desta última semana de janeiro tivemos cerca de 100 incêndios no distrito de Viana do Castelo e essa despesa não pode continuar a ser suportada pelas associações humanitárias compostos ainda maioritariamente por bombeiros em regime de voluntariado”.
De acordo com o presidente “as associações não têm capacidade financeira para esta despesa permanente e constante. É simplesmente insustentável e insuportável considerarmos que o combate pode ser realizado sem apoios diretos aos bombeiros ao longo de todo o ano de forma ininterrupta.”
Apela assim para um corte epistemológico com a atual realidade.
Neste seguimento, Germano Amorim alerta ainda para os sucessivos atrasos nos pagamentos aos bombeiros.
“Para terem uma noção, a ULSAM pagou em Janeiro passado a fatura referente ao mês de Agosto à maioria das associações de bombeiros. O mesmo se refira ao hospital de São João que acumula meses de dívidas e nem sequer garante estacionamento devido para o transporte de doentes não urgentes, forçando os trabalhadores a circular por vezes horas de espera sem garantir a hora de retorno correta para os pacientes”.
A isto deixa um apelo para o governo.
“Não é admissível que o Estado continue a fazer dos bombeiros autênticos burros de carga no que refere à garantia da proteção civil nacional. Nós suportamos mais de 85% dos serviços de INEM, apagamos incêndios de graça, garantimos transporte de doentes não urgentes a preços verdadeiramente miseráveis que não acompanham sequer a taxa de inflação nacional anual e o brutal aumento de combustíveis a que estamos sujeitos sem que haja qualquer tipo de discriminação positiva a favor de quem é o garante do sossego do estado sem que nada se peça em troca a não ser respeito e dignidade”, conclui.