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Regional

22 Mar 2022

Câmara de Viana do Castelo muda de transportadora escolar após queixas dos pais

Pedro Xavier

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O presidente da Câmara de Viana do Castelo informou hoje ter trocado de transportadora para garantir transporte escolar de qualidade aos alunos do agrupamento de escolas de Arga e Lima, em Lanheses, face às queixas frequentes dos pais.

Em declarações aos jornalistas, no final da reunião ordinária da autarquia, Luís Nobre adiantou que o transporte escolar vai passar a ser assegurado, a partir do dia 01 de abril, pela Auto Viação do Minho.

Na semana passada, à agência Lusa, o presidente da associação de pais do agrupamento de escolas de Arga e Lima disse que o transporte escolar efetuado pela Auto Viação Cura é “miserável” e “cria desigualdades profundas no acesso ao ensino” aos alunos do concelho.

Para Carlos Seixas, o “problema estrutural que se arrasta há vários anos” nos transportes escolares chegou agora a um ponto de rutura”.

“No dia 07 de março não houve autocarro de Santa Maria de Geraz do Lima. As crianças foram a pé durante quilómetros para chegar à escola. No dia 11, o autocarro que ia para a Senhora da Guia ficou sem gasóleo e as crianças de Moreira de Geraz do Lima tiveram de ir da Senhora da Guia até casa a pé. Hoje [14 de março] o autocarro que ia para Deocriste ficou parado na antiga Portucel, sem gasóleo. Quando há crianças que não vão à escola por falta de transporte, é o fim da linha”, apontou.

Hoje, no período antes da ordem do dia da reunião camarária, Luís Nobre foi interpelado pelos vereadores do PSD e CDS-PP sobre aquelas queixas, admitindo que aquele “operador falhou todos os anos” e que “em momento algum assumiu um erro que fosse”.

“Tivemos de avançar com este ajuste direto para garantir toda a qualidade nos transportes escolares, não só no que diz respeito ao material circulante, como no cumprimento de horários, para recuperar a tranquilidade que a comunidade escolar necessita para estar focada no processo de aprendizagem”, disse.

A Lusa contactou a Auto Viação Cura, mas ainda sem resultado.

Luís Nobre assegurou que “nada o move” contra a empresa, mas disse existir um “histórico de incidentes” e de “recorrência constante” a que era necessário pôr fim.

“Respeito todos os empresários de Viana do Castelo. Mas este é um serviço que pagamos para ter qualidade e não está a ter. Fomos falando com o operador, em privado. Não faz sentido um veículo, que transporta crianças, ficar a meio de uma viagem. Isto é demasiado grave. Não há mais evidências que seja necessário tornar públicas para se perceber que tinha de ser tomada uma decisão e foi o que o executivo fez”.

Luís Nobre acrescentou que o “operador encontrou sempre explicações para a incapacidade de prestar um serviço de qualidade”.

“Ainda hoje isso aconteceu. Depois de ter conhecimento da decisão da autarquia, podia nesta parte final deixar uma marca positiva, mas não. Os alunos das Terras de Geraz, Deão e Deocriste, chegaram à escola com meia hora de atraso. É intolerável”, especificou o autarca.

Luís Nobre adiantou que a Auto Viação do Minho vai garantir, “até ao final do ano letivo, dois autocarros por dia, por 250 euros, cada um, vai ter mais o encargo com uma auxiliar para acompanhar as crianças”.

“O novo operador garante dois circuitos aos alunos das Terras de Geraz (Santa Leocádia, Santa Maria e Moreira de Geraz do Lima), Deão e Deocriste”, destacou.

Já o operador que vai agora cessar a prestação daquele serviço “usou a concessão, de décadas, de linhas de transporte público, para fazer o transporte escolar, única e exclusivamente”.

“Era uma receita garantida. Usava a linha pública que tem condições muito mais favoráveis. Terminava o ano escolar e a transportadora não operava naquela linha”, especificou, acrescentando que o transporte escolar obriga à utilização de veículos com condições específicas, garantindo lugares sentados a todos os alunos.

“Usava veículos em que uma parte [dos alunos] ia sentada, outra de pé, situação que os pais tinham dificuldade em aceitar. Ele [operador] cumpria a lei, mas com padrões que os pais acham que não fazem sentido, atendendo até à idade das crianças”, disse.

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