“[Esta ação] Foi enquadrada nesta onda de solidariedade global [com a Ucrânia, após a investida militar russa], onde o próprio Governo criou condições de acolhimento para os refugiados. O que nós fizemos foi utilizar a rede de instalações que são normalmente utilizadas para atletas de seleções nacionais, de alto rendimento, nacionais e de outros países”, explicou o presidente do IPDJ, Vítor Pataco.
A Rede Nacional de Centros de Alto Rendimento conta com instalações em Anadia, Aveiro, Caldas da Rainha, Golegã, Maia, Montemor-o-Velho, Peniche, Nazaré, Rio Maior, Viana do Castelo, Vila Nova de Foz Coa, Vila Nova de Gaia, Vila Real de Santo António e em Oeiras (Jamor).
Segundo comunicado do IPDJ, o objetivo é garantir alojamento, alimentação e apoio logístico a quem recorrer à rede.
Segundo o dirigente, estão disponíveis “cerca de uma centena de camas disponíveis em toda a rede”, com o Jamor a ter à volta de três dezenas, uma oferta que “pode depois ser reajustada e reanalisada” consoante a procura.
De resto, esta parceria entre os municípios de norte a sul do país e as duas instituições tem já vários casos sinalizados, provenientes de federações, das próprias câmaras municipais e até de individuais.
O programa “não tem prazo” de acabar, respondendo “às necessidades que forem sendo manifestadas”, e podem surgir acolhimentos “de diferentes contextos, de atletas noutros países ou da própria Ucrânia”.
Perspetiva-se, de resto, uma maior procura de atletas femininas, dado que os homens entre os 18 e os 60 anos não podem sair da Ucrânia, mas o importante agora foi “passar a mensagem de o desporto acompanhar a onda de solidariedade”.
Vítor Pataco lembrou ainda a “alta cultura desportiva” da Ucrânia, que no verão passado somou 19 medalhas nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, em que participou com uma comitiva de 157 atletas.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.