Numa mensagem vídeo, o pontífice afirma que está “a olhar para agosto de 2023! A um ano e alguns meses…”
“Estou a olhar para Portugal, estou a olhar para Lisboa, estou a olhar para Fátima, estou a olhar para o encontro de todos vocês… E vocês, em Portugal e nos vários países, estão a trabalhar como voluntários e a olhar no mesmo sentido”, diz o Papa, acrescentando: “Não é fácil! Não é fácil porque andamos de crise em crise”.
“Saímos de uma crise pandémica, entramos numa crise económica e agora estamos na crise da guerra, que é um dos piores males que pode acontecer! No meio de todas estas crises, vocês têm de preparar e ajudar para que o evento de agosto de 2023 seja um evento jovem, um evento fresco, um evento com vida, um evento com força, um evento criativo”, apela Francisco.
O Papa desafia a que, na organização da JMJLisboa2023, não se viva “dos rendimentos, do que se fez nos outros encontros”.
“Vocês têm de criar o encontro. Se vocês não forem criativos, se vocês não forem poetas, este encontro não vai resultar, não vai ser original, vai ser uma fotocópia de outros encontros”, sublinha o Papa, acrescentando que “o encontro tem de ser original, com o contributo de todos”.
O líder da Igreja Católica, que é esperado em Portugal para o encerramento da JMJLisboa2023, agendada para o período de 01 a 06 de agosto, é perentório ao defender que “as crises se superam juntos, não sós”.
“E as crises nos põem à prova para sairmos melhores. Iguais não se sai das crises: saímos melhores ou piores. E o desafio que se coloca hoje é para sairmos melhores! E o melhor de vocês é serem criativos: vocês são criativos, poetas! Façam essa poesia da criatividade a olhar para agosto de 2023”, afirma na mensagem.
A mensagem termina com um apelo à oração. “Rezo para que este encontro seja um encontro fecundo. Que cada um de nós saia melhor do que chegou. Peço-lhes, por favor, que rezem por mim, porque eu também preciso que me sustentem com a oração”, diz o Papa, antes de lançar um “Até agosto!!” de 2023.
Entretanto, na diocese da Guarda, está a decorrer a peregrinação que os símbolos da JMJ realizam por todo o país até Agosto do próximo ano.
Os símbolos – a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani – estarão em cada diocese nacional cerca de um mês e a última a recebê-los será Lisboa, que em agosto de 2023 vai acolher mais de um milhão de jovens para a JMJLisboa2023, que será encerrada pelo Papa.
Tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, “os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem”, informou a organização da Jornada.
Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a quase 90 países.
“Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis”, segundo uma nota sobre a JMJ Lisboa 2023.
A mesma nota acrescenta que “em 1985 esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa”.
“Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3.000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil”, adiantou.
Já o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália.
“É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica”, acrescentou o documento divulgado pelo gabinete de comunicação da JMJ Lisboa 2023.
Entretanto, a preparação da Jornada Mundial da Juventude que em 20223 se realizará em Portugal passará também por Santiago de Compostela, onde entre 03 e 07 de agosto de 2022 se realizará a Peregrinação Europeia de Jovens.
A JMJ Lisboa 2023, para a qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo, decorrerá nos terrenos da margem do rio Tejo, ao norte do Parque das Nações, e será encerrada pelo Papa.
Inicialmente prevista para o verão de 2022, a iniciativa foi adiada um ano, devido à pandemia de covid-19.