De acordo com os dados nacionais, a propósito do Dia Nacional do Doente com AVC que hoje se assinala, em 2020 estiveram nas unidades de AVC 12.892 doentes, um número próximo e até inferior ao registado no ano anterior, quando foram internados naquelas unidades 12.996 doentes.
Daqueles doentes, a grande maioria foi internada por AVC isquémico (9.243), sendo que 2.112 foram tratados com medicamentos trombolíticos e 2.203 foram submetidos a tratamento de trombectomia endovascular, um tratamento por cateter que permite desobstruir a artéria, facilitando o acesso do sangue ao cérebro.
De acordo com o balanço, durante o primeiro ano da pandemia da covid-19, 38 unidades de AVC continuaram a ser capazes de assegurar tratamento trombolítico, com 303 camas disponíveis, e 10 unidades conseguiram garantir tratamento de trombectomia endovascular.
Por outro lado, registou-se em 2020 um ligeiro aumento dos tratamentos de revascularização endovascular (trombectomia), que podem ser administrados no máximo até às 24 horas após os sintomas, e uma ligeira diminuição dos tratamentos trombolíticos intravenosos, que só podem ser administrados nas primeiras 4 a 5 horas de sintomas.
“Estes dados poderão refletir, por um lado, a disponibilidade que os centros hospitalares mais diferenciados mantiveram no tratamento endovascular dos casos graves de AVC”, sublinha a DGS em comunicado.
Por outro lado, a autoridade nacional de saúde ressalva que podem também ser um sinal da “resistência dos doentes e cuidadores em recorrer aos hospitais em casos de sintomas” em período de pandemia ou de uma dificuldade acrescida das estruturas hospitalares.
Na quarta-feira, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) fez também um balanço do número de doentes com sintomas de AVC para hospitais através do sistema Via Verde do AVC.
Em 2021 foram registados mais 877 casos relativamente a 2020 e até 28 de março deste ano foram encaminhados para os hospitais 1.295 situações de suspeita desta doença.
O AVC é a principal causa de morte e de incapacidade permanente em Portugal. A hipertensão arterial, o tabagismo, a diabetes, o colesterol alto, fibrilação auricular e placas ateroscleróticas nas artérias podem aumentar o risco de ter um AVC.