A proposta de criação daquele fundo, apresentada hoje pelo presidente da Câmara na reunião ordinária do executivo municipal, Luís Nobre, visa garantir, no futuro, a continuidade do apoio aos refugiados, sobretudo “mulheres e crianças”.
“No imediato, todos reagimos de forma emocional. A sociedade civil está mobilizada na recolha de bens essenciais e outros produtos, mas numa fase seguinte poderão surgir implicações mais específicas para as quais teremos de dar respostas”, afirmou o autarca socialista.
Luís Nobre referiu que, junto do Consulado da Ucrânia, no Porto, o município identificou as condições de que dispõe para acolher refugiados, tendo manifestado “disponibilidade para acolher até 100 pessoas”.
Luís Nobre observou que o fundo hoje criado pretende definir de “uma forma muito clara de utilização da verba atribuída”, não descartando a possibilidade de um reforço do montante inicial.
“Quero clareza nesta questão. É bom para todos”, sublinhou.
Segundo o autarca, “nesta altura, há mais de 30 vagas para alojamento garantido por particulares e por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)”.
O presidente da Câmara de Viana do Castelo adiantou ter sido criada uma rede com mais de três dezenas de empresas instaladas no concelho para “agilizar” a recolha de bens essenciais, alojamento e emprego para os refugiados ucranianos.
Luís Nobre disse terem sido criados “um endereço eletrónico e uma linha telefónica para facilitar a comunicação e agilizar a ajuda”.
“É importante planear a recolha dos bens identificados pelo consulado da Ucrânia, no Porto, centralizar os produtos no centro logístico criado na cidade para proceder ao seu envio para os países vizinhos”, referiu.
Segundo Luís Nobre, o ensino da língua portuguesa e a realização de ações de formação profissional foram outras das necessidades identificadas no encontro com o tecido empresarial da região.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.