Em fevereiro deste ano, já se registaram 292 mil consultas médicas hospitalares, mais 15,6% comparativamente ao período homólogo do ano passado, adiantou António Lacerda Sales na cerimónia comemorativa dos 40 anos da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), com o tema “Olhar a História e construir o futuro”.
Já o número de cirurgias, disse, “disparou 40,4% [face ao mesmo período de 2021], para perto das 112 mil intervenções, um número que na última década só foi batido em fevereiro de 2020”.
“É uma recuperação aos níveis da atividade assistencial pré-pandémica que é de dar relevo, obviamente, com a necessidade de recuperarmos e de acelerarmos toda a atividade que ficou para trás”, sublinhou.
António Lacerda Sales destacou o papel dos administradores hospitalares e de “todos os profissionais de saúde” para a obtenção destes resultados.
“Continuam a mostrar-nos todos os dias quão incansáveis de facto são”, disse, sustentando: “Prova disso é, depois do esforço adicional no combate à pandemia que foi exigido a partir de março de 2020, continuarem a dar o vosso melhor sem baixar os braços, por exemplo, para recuperar agora a atividade assistencial que ficou para trás durante estes dois últimos anos”.
Na sua intervenção na cerimónia, destacou ainda a importância de continuar a investir-se “na melhoria da eficiência da rede hospitalar”.
“É ainda mais essencial” tendo em conta, disse, o “contexto de necessidades crescentes em saúde, resultante de uma população envelhecida afetada pelo peso das doenças crónicas e das comorbilidades, e sobretudo, num contexto ainda de incertezas quanto ao verdadeiro impacto da covid-19 a médio e a longo prazo e enquanto a prevenção não for verdadeiramente assumida por todos permitindo aliviar a pressão sobre os cuidados de saúde”.
O governante salientou ainda que existe “um projeto ambicioso transformador e reformador para o país”, perante circunstâncias que reforçam diariamente a importância de se manter “um sistema de saúde forte, sustentável, com as pessoas no centro do sistema e que tenha como pilar essencial o serviço público de saúde”.
“Não nos esquecemos em momento algum das prioridades que nos movem”, afirmou, apontando a redução das desigualdades e as assimetrias sociais, mas também territoriais, o melhoramento do acesso aos cuidados de saúde, “assegurando tempos de resposta adequados e perseguindo de facto a necessária política de reforço de recursos humanos”.
Lacerda Sales indicou ainda como prioridades continuar a aproximar o SNS dos cidadãos, com “uma forte aposta também numa das grandes lições desta pandemia”, as ferramentas digitais.
“Estamos conscientes do muito que ainda há para fazer”, referiu, reconhecendo que os desafios “são muitos e de elevada complexidade” como é reforçado no Plano Nacional de Saúde 2021-2030, divulgado e colocado em consulta pública na quinta-feira.