FECHAR
Logo
Capa
A TOCAR Nome da música AUTOR

Nacional

24 Mai 2022

Comissão Episcopal desafia jornalistas a evitarem o que desvirtua a comunicação

Pedro Xavier

Acessibilidade

T+

T-

Contraste Contraste
Ouvir
A Comissão Episcopal da Cultura exortou hoje os profissionais da comunicação social a “evitarem tudo o que possa desvirtuar a verdadeira comunicação”, dirigindo o seu esforço para a “pessoa humana e edificação da sociedade”.

Numa nota sobre o 56.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinala em 29 de maio, a Comissão Episcopal da Cultura, dos Bens Culturais e das Comunicações Sociais considera que, “se é verdade que se devem proporcionar os meios para formar os públicos para o uso criterioso da comunicação, igualmente importante é convidar todos os agentes da comunicação social, jornalistas, empresários, escolas, associações, a evitarem tudo o que possa desvirtuar a verdadeira comunicação, como sejam o lucro, o domínio ideológico, a manipulação, a guerra das audiências”.

Ao invés, aqueles agentes são desafiados a colocarem “a pessoa humana e a edificação da sociedade assente na justiça, na verdade, na paz, na igualdade, no bem e no serviço, sobretudo aos mais frágeis, como objetivo de todo o esforço comunicativo”.

Para a comissão liderada pelo bispo de Viana do Castelo, João Lavrador, “o tempo de pandemia (…) manifestou ainda mais claramente o papel relevante da comunicação social e de todos os que a ela se dedicam”, pelo que deixa uma “palavra de reconhecimento e estímulo a todos os comunicadores”.

“Acresce, agora, a guerra que se abateu sobre a Europa e que teima em dizimar a Ucrânia. Novos e imprescindíveis desafios se lançam à comunicação social, não só na notícia que exprime a verdade dos factos, mas também na denúncia de todos os atropelos e manipulações com que a guerra se disfarça”, acrescenta a nota, sublinhando que “na guerra todos perdem, como afirma o Papa Francisco”, considerando importante que “todos os comunicadores promovam a paz realçando os critérios e os valores que a ela conduzem”.

Já o Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia das Comunicações Sociais, divulgada em janeiro, exorta os jornalistas à “escuta”, que considera “o primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação”, pois “não se comunica se primeiro não se escutou, nem se faz bom jornalismo sem a capacidade de escutar”.

O pontífice escreve que “para fornecer uma informação sólida, equilibrada e completa, é necessário ter escutado prolongadamente. Para narrar um acontecimento ou descrever uma realidade numa reportagem, é essencial ter sabido escutar, prontos mesmo a mudar de ideia, a modificar as próprias hipóteses iniciais”.

“Ouvir várias fontes (…) garante credibilidade e seriedade à informação que transmitimos”, frisa o Papa, para quem, “a capacidade de escutar a sociedade é ainda mais preciosa neste tempo ferido pela longa pandemia”.

Segundo Francisco, “a grande desconfiança que anteriormente se foi acumulando relativamente à ‘informação oficial’, causou também uma espécie de ‘infodemia’ dentro da qual é cada vez mais difícil tornar credível e transparente o mundo da informação. É preciso inclinar o ouvido e escutar em profundidade, sobretudo o mal-estar social agravado pelo abrandamento ou cessação de muitas atividades económicas”.

O líder da Igreja Católica lamenta, no seu texto – intitulado “Escutar com o ouvido do coração”, que se esteja “a perder a capacidade de ouvir” as pessoas que se têm pela frente, “tanto na teia normal das relações quotidianas como nos debates sobre os assuntos mais importantes da convivência civil”.

Últimas Noticias

Últimos Podcasts