A prova lusa, quarta etapa do campeonato do mundo, vai ser disputada entre quinta-feira e domingo, por um recorde de 100 inscritos, entre os quais se destacam os franceses Loeb, vencedor de nove títulos mundiais, entre 2004 e 2012, e Ogier, oito vezes campeão, entre 2013 e 2018, em 2020 e 2021, que este ano participam apenas em algumas provas do Mundial.
O veterano Loeb bateu Ogier, por 10,5 segundos, no primeiro reencontro entre ambos, em Monte Carlo, no arranque do campeonato, após um duelo épico.
Sem a pressão de ter de fazer contas para o campeonato, fica aberta a porta para um duelo mais intenso e menos calculista, estando em cima da mesa a possibilidade de Ogier bater o recorde de vitórias na prova portuguesa.
Neste momento, o piloto da Toyota conta cinco triunfos (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017), tantos quantos tem o finlandês Markku Alen (1975, 1977, 1978, 1981 e 1987), enquanto Loeb venceu apenas por duas vezes o Rali de Portugal (2007 e 2009), ambas no Algarve.
Outro dos pontos de interesse desta quarta ronda do Mundial é o facto de marcar a estreia em pisos de terra da nova geração de carros Rally1, os topo de gama da competição, já com o sistema híbrido que confere potência extra aos motores atmosféricos a gasolina de 1,6 litros, que pode chegar aos 500 cavalos.
Este novo componente implica, também, mais cuidados a ter pelos espetadores, que têm, agora, de observar cuidados adicionais ao aproximarem-se de um carro acidentado.
Devido à possibilidade de descarga elétrica, só se podem aproximar de um veículo híbrido acidentado se as três luzes de sinalização colocadas no tejadilho estiverem verdes. Caso esteja acionada a luz vermelha, há o perigo de descarga elétrica.
Com Loeb e Ogier em ‘part time’, depois de terem dominado o Mundial entre 2004 e 2021 – só o estónio Ott Tänak se intrometeu nesta hegemonia, conquistando o título de 2019 -, esta época está aberta a porta ao surgimento de novos valores, como é o caso do finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), filho do antigo piloto Harri Rovanperä, que se tornou no mais novo de sempre a vencer uma prova do Mundial, na Estónia, no ano passado, aos 20 anos.
Agora, com 21 anos, Kalle Rovanperä tenta tornar-se no mais novo campeão do mundo de sempre, e bater o malogrado escocês Colin McRae, que em 1995 conquistou o título, com 27 anos e 109 dias.
Rovanperä, que começou a competir aos 14 anos, chega a Portugal já com quatro vitórias (em 2021 ainda venceu o Rali da Grécia), duas delas já este ano (na Suécia e na Croácia), que lhe valem a liderança isolada do campeonato, com 72 pontos, mais nove do que o belga Thierry Neuville (Hyundai i20).
O piloto da Hyundai já venceu o Rali de Portugal em 2018, assim como o seu colega de equipa, Ott Tänak, que ganhou no ano seguinte, em que se sagraria campeão.
O vencedor de 2021, o britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris) tem mostrado bom andamento ao longo do ano, mas uma grande inconsistência, com desistências em Monte Carlo e na Suécia, que o deixam apenas no nono lugar do Mundial, depois de dois vice-campeonatos (2020 e 2021).
Com o atrativo de assinalar o 50.º aniversário do WRC, o Rali de Portugal terá, ainda, alguns dos carros que fizeram a história do campeonato a desfilar pelas especiais.
A prova começa na quinta-feira, com a disputa da superespecial de Coimbra, terminando no domingo, com a ‘power stage’ em Fafe, no famoso salto da Pedra Sentada.