“Foi um processo intenso, mas com uma aprendizagem enorme sobre igualdade entre homens e mulheres e uma partilha generosa de conhecimento”, confidencia a docente da ESE-IPVC, La Salete Coelho, confirmando que se criaram “coisas bonitas” durante os seis meses do projeto.
“Interseções: Igualdade entre Mulheres e Homens e a Educação para o Desenvolvimento” foi uma iniciativa promovida pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) em parceria com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), tendo como entidades associadas a Graal e a ESE-IPVC. O projeto foi financiado pelo Mecanismo de Apoio a Iniciativas criado no quadro da ENED 2018‐2022, gerido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
Já foi “um grande privilégio” trabalhar esta temática, mas para La Salete Coelho “o privilégio maior é ver os professores a utilizarem este recurso em contexto de sala de aula”.
Para a docente da ESE-IPVC, “só com abordagens integradas e consistentes é que será possível a cada pessoa encontrar o seu lugar neste mundo globalizado”. Este recurso é, ainda para La Salete Coelho, “o contributo para a tomada de consciência e da mudança, porque sem igualdade não há desenvolvimento”.
Este recurso digital, disponível online, parte do Referencial de Educação para o Desenvolvimento e cruza a Educação para a Igualdade entre Mulheres e Homens com a Educação para o Desenvolvimento.
O recurso encontra-se organizado em duas partes, sendo que a primeira parte faz o enquadramento teórico com seis capítulos que cruzam a Igualdade entre Mulheres e Homens com os seis temas do Referencial de Educação para o Desenvolvimento (Desenvolvimento, Interdependências e Globalização, Pobreza e Desigualdades, Justiça Social, Paz e Cidadania Global). “Procurou-se trazer à Educação para o Desenvolvimento algumas das principais dimensões e problemáticas das relações entre mulheres e homens que permitam enriquecer a análise e a compreensão dos processos de desenvolvimento das sociedades humanas”, justifica La Salete Coelho, referindo que se tratam de “questões muito complexas”, havendo a necessidade de “simplificar para que sejam percetíveis em contexto sala de aula”.
Já a segunda parte do recurso apresenta seis propostas educativas e sugestões práticas, a título exemplificativo, para se trabalhar alguns dos cruzamentos teóricos sugeridos na primeira parte. Estas propostas passam por textos, questionários, gráficos e estatísticas, bandas desenhadas, apresentações de slides, imagens, testemunhos, filmes e vídeos. Cada proposta conta ainda com objetivos, estimativa de duração, descrição da atividade, questões orientadoras para os docentes e pistas de reflexão.
Entretanto, este recurso foi testado e validado em duas oficinas: uma para docentes e outra para agentes educativos de Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), sendo que estas oficinas ajudaram a direcionar o recurso digital. Todo este trabalho destina-se predominantemente ao 3.º ciclo do ensino básico e ao ensino secundário, considerando-se, no entanto, que é possível adaptar-se aos diferentes contextos de escola. “Estas propostas podem ser inspiradoras, quer para outras atividades educativas nestes ciclos, quer para propostas educativas destinadas aos outros ciclos de escolaridade”, garante.