Marcelo Rebelo de Sousa fez estes alertas numa mensagem escrita em que assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, instituído pelas Nações Unidas em 1993.
Nesta mensagem, publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado aponta como um problema a “substituição da leitura de notícias pelo consumo de conteúdos nas redes sociais” a que se tem assistido.
“Estes são conteúdos rápidos, simplistas e condicionados, muitas vezes com informação desvirtuada, sem contraditório ou mesmo falsa”, refere.
Sobre a situação dos órgãos de comunicação social em Portugal, considera que atravessam “grandes dificuldades”, sejam locais ou nacionais, em termos “capacidade económico-financeira”, problemas que se manifestam também “na precariedade muitas vezes associada à profissão” e na “capacidade de produção ou nos meios de cobertura disponíveis”.
“É com sentimento preocupante que temos assistido a nível nacional ao encerramento de imprensa escrita ou de rádios, perdendo uma proximidade de informação local e regional”, lamenta.
O Presidente da República afirma que “uma imprensa forte e livre significa uma democracia forte e livre” e defende que é preciso “todos os dias lutar” pela concretização deste desígnio “inscrito e salvaguardado pela Constituição”, para que constitua “uma efetiva realidade”.
Marcelo Rebelo de Sousa assinala que, “numa situação pandémica sem precedentes, foi a imprensa a responsável por fazer chegar a informação a todas e a todos os portugueses”, assim como agora, “com uma nova crise associada à guerra” na Ucrânia, “volta a ser a imprensa o meio fundamental e determinante para a transmissão da verdade dos factos”.
“Assim, neste dia em que se comemora o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, importa deixar uma mensagem de determinação, de incentivo e de admiração a toda a imprensa portuguesa, sempre pela liberdade e pela democracia”, acrescenta o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa, que como Presidente da República tem expressado preocupação com as dificuldades da comunicação social em Portugal, esteve desde jovem ligado ao jornalismo.
Começou pela imprensa escrita, como articulista. Ainda antes do 25 de Abril, esteve na criação do Expresso, onde veio a ocupar cargos de direção e administração. Na década de 1980, lançou outro jornal, o Semanário.
Mais tarde, aumentou a sua notoriedade como comentador na rádio – no Exame da TSF atribuía notas aos protagonistas em análise – e na televisão, com programas de comentário aos domingos, durante 15 anos, na TVI e na RTP.