De acordo com o relatório ‘Taxing wages 2022’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), líquidos de benefícios, os impostos e as contribuições para a Segurança Social pagos diretamente pelos trabalhadores absorveram, em média, 28,0% do salário bruto dos portugueses no ano passado, tendo em conta um trabalhador com salário médio e sem filhos.
Este valor coloca Portugal acima da média da OCDE, onde os impostos e contribuições para a Segurança Social representaram, em 2021, 24,6% daquilo que recebeu o trabalhador solteiro, sem filhos e com um salário médio.
Portugal surge como o 12.º país onde a diferença entre o valor bruto e o valor líquido é maior.
Com diferenças ainda maiores surgem a Bélgica, onde o peso dos impostos e das contribuições absorveu 39,8% do salário bruto, e países como a Dinamarca, Alemanha e Lituânia, que foram os únicos também com taxas acima dos 35%.
Pelo contrário, as taxas médias mais baixas dos impostos pagos pelo trabalhador registaram-se na Costa Rica (10,5%), México (10,2%), Chile (7,0%) e Colômbia (0,0%).
No caso de um trabalhador casado médio com dois filhos, a taxa de imposto média líquida (já considerando os benefícios relacionados com os filhos e as provisões fiscais) em Portugal foi de 14,5% em 2021, a 22.ª mais elevada da OCDE e que compara com a média de 13,1% da OCDE.
Ou seja, um trabalhador casado médio com dois filhos em Portugal recebeu no ano passado um salário líquido, após impostos e prestações familiares, correspondente a 85,5% do seu salário bruto, em comparação com a média de 86,9% da OCDE.