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13 Jun 2022

Como estar preparado para a subida das taxas de juro?

Rádio Geice

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A subida das taxas de juro é uma realidade que se aproxima cada vez mais em Portugal. Perante este cenário, as famílias portuguesas devem preparar-se para o aumento das mensalidades do crédito habitação, assim como alterações nos seus rendimentos e poder de compra.

Descubra as implicações da subida das taxas de juro para o seu crédito habitação e orçamento familiar, como se pode precaver e descubra se é possível beneficiar com isso.

Porque é que as taxas de juro estão a subir? O que pode significar?

Ao longo dos últimos anos, as taxas de juro têm-se mantido relativamente baixas, permitindo aos portugueses fazer um crédito habitação com menos custos associados. No entanto, este cenário poderá alterar-se ainda em 2022.

A subida da inflação é também uma realidade, não só em Portugal, mas por toda a Europa. Este aumento é o resultado dos efeitos económicos devastadores e inesperados da pandemia de COVID-19 e da eclosão do conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, que também levou ao aumento dos custos de petróleo e energia.

O aumento da inflação faz-se sentir nos orçamentos familiares, através do aumento dos preços de serviços e bens essenciais, tais como produtos alimentares ou até gasolina. Isto também pode afetar as poupanças das famílias portuguesas, já que o aumento das despesas pode diminuir a quantidade de dinheiro que podem pôr de parte todos os meses.

Esta situação é alarmante, especialmente quando o aumento dos salários não acompanha o aumento da taxa de inflação. Quando isto acontece, as despesas aumentam enquanto os rendimentos se mantêm, reduzindo o poder de compra.

Deve assim usar uma calculadora de salário líquido para organizar as suas despesas mensais e planear o seu orçamento familiar da melhor forma possível.

Outra consequência é o aumento da prestação do crédito habitação, devido ao aumento da taxa Euribor. A Euribor é a taxa que serve de referência às taxas de juros do crédito habitação. Isto afeta particularmente aqueles que optaram pela taxa de juro variável, uma vez que a taxa de juro do empréstimo varia de acordo com a taxa Euribor. Por outro lado, aqueles que escolheram a taxa de juro fixa ficam protegidos das alterações da taxa Euribor, pois a taxa de juro do empréstimo mantém-se inalterada.

Perante o aumento da taxa de inflação na Europa, a taxa Euribor tem também aumentado os últimos meses. Neste momento, tanto a Euribor a 12 meses como a Euribor a 6 meses já atingiram valores positivos, apontando para um aumento nas prestações do crédito habitação no futuro.

O que posso fazer para me preparar para a subida das taxas de juro?

O primeiro passo consiste em fazer um balanço do seu orçamento familiar, de quanto ganha e de quanto gasta por mês. Este passo é essencial para perceber o que necessita de fazer e avaliar as suas opções. Idealmente, o conjunto de todas as suas despesas não deve ultrapassar mais de um terço dos seus rendimentos. Ou seja, a sua taxa de esforço (relação entre as despesas mensais e o rendimento líquido) não deve ultrapassar os 30%.

Caso a sua taxa de esforço esteja perto ou ultrapasse essa percentagem, deverá pensar em reduzir as suas despesas para se proteger do aumento das taxas de juro. Para além disso, apresentamos ainda mais 5 estratégias para que se possa proteger dessa subida:

1 – Reveja as condições do crédito habitação

Entre em contacto com o seu banco e tente renegociar as condições do contrato do seu crédito habitação. Pondere prolongar o prazo do empréstimo, diminuir custos associados ou reduzir o spread.

As taxas de juro do crédito habitação são o resultado da soma de duas componentes: a taxa Euribor (variável ou fixa) e o spread. O spread é a margem de lucro que o banco obtém com o empréstimo. Por isso, uma das soluções passa por negociar uma redução do spread com o banco.

É ainda aconselhável que compare as suas condições atuais de crédito com outras instituições bancárias. Assim, poderá tomar conhecimento de outras propostas mais favoráveis e até transferir o seu crédito para outro banco.

2- Considere mudar para taxa de juro fixa

Se optou pela taxa de juro variável, entre em contacto com o seu banco para saber se pode mudar para taxa fixa. Considere se a mudança compensa, perante o atual cenário de incerteza e perspetivas de subida da taxa Euribor. No entanto, é importante relembrar que, optando pela taxa fixa, não poderá beneficiar de eventuais descidas da Euribor.

3 – Amortize o crédito habitação

Outra solução poderá ser a amortização parcial do seu crédito habitação, ou seja, a liquidação antecipada de uma fração do crédito. Caso tenha algumas poupanças de parte, é uma boa forma de diminuir a prestação mensal. No entanto, pode haver alguns custos adicionais associados, pelo que é necessário avaliar se a diminuição da mensalidade compensa o investimento na amortização.

Deve então entender se amortizar o crédito habitação faz sentido para si, ainda que não deva retirar dinheiro do seu fundo de emergência para tal.

4 – Examine o seu seguro

Verifique com o seu banco se é possível baixar o valor mensal do seguro de vida associado ao crédito habitação. Compare com os valores propostos por diferentes entidades e pondere transferir o seu seguro para outra seguradora.

Por norma, os bancos oferecem um desconto no spread a quem subscrever um seguro proposto por eles. Se este for o seu caso, deverá avaliar se diminuição dos custos com o seguro compensa a perda da bonificação no spread.

5 – Consolide os seus créditos

Poderá também verificar a possibilidade de consolidar todos os seus créditos num só empréstimo, de forma a diminuir o valor que paga mensalmente.

Apesar de alongar o prazo de pagamento do empréstimo, esta alternativa também permite um alívio dos encargos mensais, conferindo uma maior margem para suportar a subida das taxas de juro.

É possível beneficiar com a subida da taxa de inflação e da Euribor?

A verdade é que nem tudo é negativo no que toca à subida da taxa de inflação e da taxa Euribor. É possível beneficiar desta situação através do investimento em Certificados de Aforro e Certificados de Tesouro Poupança Valor.

Os Certificados de Aforro e de Tesouro são instrumentos de dívida pública disponibilizados pelo Estado Português. São produtos com capital garantido, sendo por isso adequados para investidores que não estejam dispostos a correr riscos. Ambos são o resultado da combinação de uma taxa fixa e uma taxa variável. Por um lado, a taxa Euribor a 3 meses serve como base para os Certificados de Aforro. Em contrapartida, os Certificados de Tesouro Poupança Valor garantem um prémio de remuneração associado ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) português.

Apesar de os Certificados de Aforro e de Tesouro calcularem rendimentos de forma diferente, nenhum destes produtos tem encargos associados à subscrição, manutenção ou levantamento.

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