“As pessoas têm muitas saudades. Começámos a promoção da festa nas redes sociais e as pessoas dizem todas ‘até que enfim’ ou ‘vamos voltar à festa’. Há quem diga que quer chova quer faça sol, vão lá estar. Temos mensagens de pessoas que vêm de muito longe e estão a preparar carreiras para vir até Paris”, disse Philippe Martin, tesoureiro da Associação Portuguesa Cultural e Social (APCS), em declarações à agência Lusa.
A 46.ª edição da Festa Franco-Portuguesa é organizada pela APCS e tornou-se não só a maior festa da comunidade portuguesa em França, mas possivelmente de toda a Europa. Durante 04 e 05 de junho, no parque da Câmara Municipal de Pontault-Combault, uma cidade onde cerca de 25% da população é de origem portuguesa, haverá concertos, atividades e gastronomia lusa.
“O sábado é um dia mais dedicado aos jovens, portanto temos os Calema como cabeça de cartaz, já no domingo é um público mais familiar em que as pessoas vêm até ao parque para aproveitar o sol, quando há! E, assim, os cantores de domingo são mais populares e para dançar”, explicou o dirigente associativo, esperando que a meteorologia ajude os foliões a aproveitarem a ocasião.
Haverá frango assado, sardinhas e bifanas, mas este ano também outras cozinhas do mundo se quiseram juntar a este evento, sendo esta a alma do sucesso desta festa na região de Paris.
“É uma festa de portugueses, onde começaram a vir os franceses e agora há tantos portugueses como franceses e toda a gente quer participar”, indicou Philippe Martins.
A festa tem entrada livre, mas por questões de segurança, o recinto só recebe 15 mil pessoas por dia. Antes deste limite imposto pela polícia local, esta festa chegou a receber mais de 40 mil pessoas em dois dias.
É este evento que permite à APCS financiar todas as suas atividades ao longo do ano, especialmente a escola de português que conta com cerca de 180 alunos, mas também aulas de teatro, um coro e diversas formações.
A APCS tem também um papel importante no apoio social aos portugueses em França, mantendo permanências para quem precisa tratar de burocracia com a administração francesa e sendo um local onde recorrem portugueses e outros lusófonos em dificuldades em França.
De forma a manter-se nos últimos dois anos sem a festa, a APCS recebeu subsídios da autarquia de Pontault-Combault e também da Direção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (DGACCP). Para esta edição da festa, as ajudas públicas foram ainda mais importantes já que muitos parceiros não puderam contribuir como no passado.
“É uma festa adiada em 2020 e depois em 2021 e temos as nossas parcerias, embora tenha sido o primeiro ano em que tivemos dificuldade em manter parcerias com as empresas ainda por causa dos efeitos da pandemia. Isto impacta muito a contabilidade da associação”, lamentou Philippe Martins.
A festa de Pontault-Combault vai contar com a presença dos eleitos locais da região, assim como eleitos locais de origem portuguesa, mas também de Paulo Cafôfo, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que já confirmou a sua presença junto dos portugueses em França.