Apesar de existirem alguns fatores de risco associados – o tabagismo, os níveis de colesterol elevado, a diabetes, a hipertensão arterial, o excesso de peso, o sedentarismo, o stress e o avançar da idade – o calor pode ter influência e propiciar o enfarte agudo do miocárdio. O risco é maior entre o sexo masculino.
O que acontece é que as altas temperaturas aumentam a espessura do sangue, fazendo subir a pressão e a frequência cardíaca. Este fator torna-se ainda mais relevante nas pessoas
com mais de 50 anos, em que as temperaturas elevadas podem aumentar o risco de morte precoce por doenças cardiovasculares; e nas pessoas que sofrem de colesterol elevado e de hipertensão arterial.
Um outro aspeto a ter em conta é a transpiração excessiva durante esta época, ou seja, a perda de líquidos e de minerais. Com a perda de água, o organismo fecha os vasos sanguíneos para manter a pressão, tornando o sangue mais denso, e, consequentemente, os batimentos cardíacos aceleram para que o corpo continue a funcionar.
Assim sendo, é recomendado que durante o verão se ingira uma maior quantidade de líquidos, preferencialmente água. Esta é a recomendação mais aconselhada por todos os especialistas, tanto no verão, como também em todas as épocas, de forma a manter a hidratação.
Cansaço, sede, dores de cabeça, tonturas e fraqueza muscular, são alguns dos sintomas da desidratação. Evitar a exposição direta ao sol e fazer refeições leves, neste caso, as saladas, que exigem menor esforço do organismo durante a digestão, são outros conselhos que devem ser tidos em conta para lidar com o aumento das temperaturas.
As pessoas que sofrem de alguma doença cardiovascular devem também consultar o seu cardiologista nesta altura do ano, por forma a avaliarem se a medicação deve ou não ser alterada e adaptada a esta estação. Ainda assim, todas as pessoas devem realizar consultas de rotina, quer sofram ou não de alguma patologia.
É importante que continue atento aos principais sintomas de enfarte, tais como: dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Na presença destes sintomas, as pessoas devem evitar deslocar-se para o hospital num veículo próprio. Recomenda-se que liguem rapidamente para o 112, que sigam as instruções que lhe forem dadas e que aguardem pela chegada da ambulância, que encaminhará para um centro especializado, onde tratará a situação como prioritária, instituindo o tratamento mais adequado.
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt.