“Esta homenagem conjunta dos vários países representados no festival em prol da dança, da música, da cultura de uma forma geral é simbólica, para dar força para a recuperação e reconstrução do folclore na Ucrânia”, explica Maria José Xavier da comissão executiva do festival, cuja gala inaugural está prevista para esta quarta-feira.
Desde então, os antigos Paços do Concelho, no centro da cidade, terão a projeção da bandeira da Ucrânia na sua fachada e as bandeiras tradicionalmente hasteadas dos países convidados serão substituídas pelas da Ucrânia.
A música histórica de John Lenon, “Imagine”, que será cantada e dançada em uníssono por todos os grupos no dia 20 de julho, quarta-feira, pelas 22:00, na Praça da República será outros dos destaques da solidariedade deste festival, num apelo à paz através da cultura dos vários continentes.
Organizado por uma comissão executiva, como forma de abrir o evento à participação de todos os grupos do concelho, com o apoio da VianaFestas, entidade promotora das festas da cidade, esta edição do XXIV festival recebe até 24 de julho, os grupos de Angola, Costa do Marfim, Burundi, Colômbia, Indonésia, Sérvia e Espanha, evento que regressa após dois anos de interrupção devido à pandemia.
A Ucrânia foi um dos países convidados na primeira edição do Festival de Folclore Internacional Alto Minho, em 1997, e grupos ucranianos voltaram posteriormente a Viana do Castelo em edições seguintes. Este ano, um dos países convidados do festival voltou a ser da Ucrânia, mas devido à situação de guerra, o Conselho Internacional das Organizações de Festivais de Folclore (CIOFF) na Ucrânia comunicou que não estavam reunidas as condições para os grupos participarem este ano nos festivais internacionais daquela organização.
O programa do festival arranca em 19 de julho, com a receção aos grupos convidados na Praça da Liberdade, em Viana do Castelo, e integra ainda desfiles pela cidade e
exibições “surpresa” em várias artérias, que promete surpreender a população e turistas.
A Gala de abertura está programada para 20 de julho, na Praça da República, seguindo se, entre outros momentos, visitas e atuações pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho, levando aos seus utentes, como em anos anteriores, a cultura internacional.
Outra das novidades de 2022 será a realização de uma gala extraordinária na noite de 22 de julho, na Praça da República, com participação de grupos de outros países, originários de festivais parceiros, que, em conjunto com o Festival de Folclore Internacional do Alto Minho, criam um circuito de cerca de dois meses de espetáculos em vários países e Viana receberá grupos do Chiile, México e Porto Rico.
“Além dos sete grupos residentes, teremos um total de 12 países, incluindo Portugal, que irão passar pelo palco do festival durante os 6 dias de espetáculos, representando um total de mais de 250 elementos de diversas geografias, que trarão a sua cultura e as suas danças e tradições a Viana do Castelo”, explicou ainda Maria José Xavier.
Outro ponto alto e diferenciador neste festival é a retoma, dois anos depois, do “Viana Sensorial”, em que os elementos dos vários grupos convidados vão interagir nas ruas, praças e avenida do centro histórico com a população e turistas, dançando e ensinando as suas coreografias mais tradicionais a quem queira experienciar.
Mostram ainda produtos gastronómicos e os trajes internacionais, desafiando dessa forma os cinco sentidos da população e dos turistas para novas realidades, nomeadamente para sentirem: Através da visão e da audição, nas danças; do paladar e do olfato, nos produtos que nos trazem; e pelo tato, com os trajes.
O festival, que integra o calendário oficial do CIOFF, conta em 2022 com espetáculos do “Ballet Himalaya” que explora a riqueza cultural africana em geral, e angolana em particular, como o folclore, da Compagine Artistique Mien – Moh, especializada em danças tradicionais da Costa do Marfim, e do Twin Art Visual, com os melhores percussionistas e dança tradicional do Burundi.
O cartaz integra ainda a Fundation Artistica Del Tundama “Cumoes”, composto por dançarinos e músicos interessados em compilar, preservar e difundir o folclore e a cultura colombiana, pela Liga Tari Mahasiswa “KridaBudaya”, que se dedica à preservação das danças tradicionais da Indonésia.
“Grande parte dos grupos participantes estavam já previstos para a edição de 2020, que infelizmente foi suspensa devido à pandemia, mas sempre foi mantida a vontade destes grupos de visitar Viana do Castelo e participar no festival, reconhecido mundialmente pela sua qualidade, e que agora finalmente se concretiza”, afirmou Maria José Xavier, da comissão executiva do festival, que em 2022 junta a Ronda Típica de Carreço, o Grupo Etnofolclórico “Renascer” de Areosa, o Grupo Folclórico de Viana do Castelo e o Rancho Folclórico das Lavradeiras de Vila franca.
Da Europa, além dos grupos portugueses, participam no Festival de Folclore Internacional do Alto Minho o Abrašević Folk Ensemble, fundado em Belgrado em 12 de novembro de 1905, uma das mais antigas companhias artísticas amadoras na Sérvia, atualmente com mais de 1.200 membros agrupados em 10 secções, e que repete a presença em Viana do Castelo, após a participação na edição de 2018, enquanto de Espanha participa o Grupo de Danzas Adolfo de Castro, composto por dançarinos e músicos amadores com idades compreendidas entre os 16 e os 60 anos e que representam o melhor do folclore da Andaluzia.